
Surpresa no IBGE: Criação de Nova Fundação é Suspensa Após Controvérsias com Servidores!
Crise no IBGE: Contexto e Conflitos Recentes
Nos últimos meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) enfrentou uma onda de turbulências internas, culminando em uma crise significativa entre a gestão e seus servidores. A situação começou a ganhar contornos alarmantes em setembro, quando o sindicato nacional dos servidores, chamado Assibge, revelou a criação de uma fundação proposta pela presidência do instituto, que havia passado despercebida pelos funcionários até então.
De acordo com a Assibge, a fundação, nomeada de IBGE+, levantou preocupações sobre a privatização de certos serviços e a qualidade dos dados produzidos pelo órgão. Bruno Perez, um dos diretores do sindicato, destacou que a fundação poderia comprometer a autonomia do IBGE e a integridade dos trabalhos já realizados. Desde a descoberta, os servidores mobilizaram-se contra a criação da fundação, o que gerou uma série de tensões e acusações entre a direção da instituição e os trabalhadores.
Em resposta a essas inquietações, o IBGE e o Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) anunciaram a suspensão temporária da iniciativa da fundação IBGE+. Esse comunicado foi visto pelos servidores como um resultado positivo de sua mobilização, embora muitos considerem que a simples suspensão não é suficiente para resolver a crise em andamento. Para os colaboradores, é essencial que haja um espaço de diálogo onde suas preocupações sejam ouvidas, especialmente em relação ao futuro do instituto e à utilização de suas siglas.
Além da turbulência gerada pela criação da fundação, a direção do IBGE tem enfrentado críticas relacionadas a medidas antissindicais e à gestão do presidente Marcio Pochmann. Os servidores afirmam que, após expressarem suas objeções à fundação, passaram a sofrer retaliações e tentativas de deslegitimação de suas reivindicações. Dessa forma, um clima de desconfiança se formou, levando a protestos em frente à sede do IBGE no Rio de Janeiro.
Os protestos são uma tentativa de chamar atenção para o que os servidores consideram "medidas autoritárias" da gestão, que negam a existência de uma crise no instituto. A inquietação em relação à fundação parece estar atrelada a um temor maior de que compromissos com fundações privadas possam prejudicar as atividades já consolidadas do IBGE.
O MPO, por sua vez, se comprometeu a apoiar o IBGE por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA) e prometeu as reservas necessárias para o Censo Agropecuário de 2025, uma pesquisa importante que até então não contava com a devida previsão orçamentária. Apesar desse apoio, diretores do sindicato ainda acreditam que o orçamento geral do instituto é insuficiente para atender às demandas crescentes.
No entanto, a questão da fundação e as tensões entre a gestão e os colaboradores não são os únicos desafios enfrentados pelo IBGE. Na semana passada, um grupo significativo de servidores, incluindo gerentes e ex-diretores, entregou uma carta aberta criticando Pochmann, alegando que sua presidência vinha adotando práticas de gestão autoritárias e sem diálogo. Além disso, o clima se agravou com a saída de dois diretores importantes do IBGE devido à falta de comunicação e interlocução com a presidência.
Essas demissões destacam a deterioração das relações internas, afetando a capacidade do IBGE de continuar com seu trabalho de pesquisas sociais e econômicas, que são essenciais para o desenvolvimento e planejamento do país. A falta de transparência e diálogo efetivo entre a gestão e os servidores tem comprometido a credibilidade do instituto, que já enfrentava desafios devido a cortes orçamentários e mudanças nas prioridades do governo.
A presidência do IBGE, por meio de Pochmann, buscou tranquilizar os servidores ao afirmar que a suspensão da fundação é um passo positivo, mas a desconfiança ainda prevalece entre os colaboradores. A Assibge continuará sua oposição a qualquer proposta que, segundo eles, possa ameaçar a estrutura do IBGE, exigindo clareza em relação ao que significa "suspensão temporária".
Enquanto isso, a maioria dos servidores permanece apreensiva sobre o futuro do instituto, especialmente em relação ao planejamento de novos projetos e pesquisas. A necessidade de um diálogo aberto e construtivo é mais urgente do que nunca para evitar novas crises e fortalecer as práticas e a missão do IBGE como órgão vital para a coleta e análise de dados no Brasil.
Neste cenário conturbado, a importância de um IBGE forte e independente se torna evidente, tanto para a integridade das informações que coleta quanto para o acompanhamento das políticas públicas que impactam a vida de milhões de brasileiros. Portanto, o reforço nas relações internas e uma gestão mais inclusiva e respeitosa devem ser prioridades no caminho para a superação desta crise e no fortalecimento da instituição.