Revolução Financeira: Como Fintechs e Pix Transformaram a Vida de 60 Milhões de Brasileiros em Apenas 10 Anos!

A recente crise envolvendo o sistema de pagamentos instantâneos Pix no Brasil trouxe à tona um fenômeno significativo: a bancarização da população de baixa renda por meio das fintechs. Nos últimos dez anos, aproximadamente 60 milhões de brasileiros e empreendedores foram introduzidos ao sistema financeiro através dessas instituições tecnológicas. O Banco Central desempenhou um papel crucial nesse processo, especialmente com a introdução do Pix, que simplificou e agilizou os pagamentos.

Esse aumento no número de brasileiros bancarizados é notável, representando mais da metade da força de trabalho do país. Estima-se que, segundo dados oficiais, existem cerca de 110,6 milhões de pessoas no mercado de trabalho no Brasil atualmente. Recentemente, o governo tentou aumentar a fiscalização sobre movimentações superiores a R$ 5 mil via Pix nas fintechs, mas essa proposta gerou resistência e desinformação entre os novos usuários, que temiam uma possível taxação. Embora a medida tivesse o objetivo de combater a sonegação, ela foi suspensa frente ao forte clamor popular.

Um exemplo prático dessa transformação econômica é Ruan Alves da Silva, um jovem de 26 anos que vende produtos na Rua do Ouvidor, no Centro do Rio de Janeiro. Ele iniciou sua trajetória como vendedor ambulante e, ao abrir sua conta em uma fintech, viu suas vendas e sua capacidade de gestão financeira dispararem. Ruan movimenta entre R$ 3 mil e R$ 4 mil por mês. Ele valoriza a possibilidade de receber pagamentos via Pix, que se tornou o principal meio de troca em seu comércio.

“Resolvo tudo pelo aplicativo. A conta no banco digital me trouxe segurança e comodidade, já que posso pagar meus fornecedores e receber dos clientes de forma rápida e eficiente”, disse Ruan. Além disso, essa nova configuração financeira permitiu que ele passasse a economizar mais, uma mudança significativa em sua rotina.

Esse fenômeno de bancarização tem ocorrido principalmente entre pessoas físicas que realizam transações simples, como pagamentos e transferências, frequentemente utilizando o Pix. De acordo com pesquisas, aproximadamente 80% dos novos clientes bancarizados movimentam entre R$ 2 mil e R$ 4 mil por mês. Os microempreendedores individuais (MEIs) também têm se beneficiado, representando 20% desse grupo, com movimentações mensais entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.

Diego Perez, representante de uma associação de fintechs, destaca que muitos novos usuários buscaram essas tecnologias para realizar transações cotidianas, como o pagamento de contas, especialmente porque anteriormente não tinham acesso aos bancos tradicionais.

O Nubank, um dos principais bancos digitais do Brasil, superou a marca de 100 milhões de clientes, e sua liderança no setor mostra o impacto do Pix na bancarização. A pandemia foi um fator impulsionador nesse processo, pois as pessoas precisavam acessar serviços financeiros em casa para receber auxílio governamental, e a solução encontrada pelo Nubank e outras fintechs foi a agilidade e eficiência do Pix.

Dados do Banco Central indicam que as transações digitais cresceram significativamente, enquanto a circulação de dinheiro em espécie caiu quase 2%. Além disso, cerca de 87% das contas abertas atualmente estão ativas, reforçando a tendência de utilização de meios eletrônicos no dia a dia financeiro.

Testemunhos como o de Silvana Almeida Santos, uma podóloga que mudou de banco tradicional para uma fintech, exemplificam como esses serviços têm transformado a vida de muitos brasileiros. Silvana, que utiliza Pix em suas transações, percebeu que isso facilitou suas operações diárias, com menos taxas e maior controle financeiro.

Além do crescimento das fintechs mais conhecidas, novas startups estão surgindo para atender nichos específicos, desde pessoas que fazem pagamentos frequentes até os jovens da Geração Z, que buscam soluções práticas e conectadas a dispositivos móveis.

A transformação digital no setor financeiro, impulsionada pelo surgimento do Pix e pela regulação mais robusta do Banco Central, tem propiciado uma inclusão financeira sem precedentes no Brasil. Essa mudança é um reflexo de um sistema que busca modernização, acessibilidade e competição, beneficiando cada vez mais a população brasileira e permitindo que mais pessoas possam gerenciar suas finanças de maneira eficiente.

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