
Reviravolta Política na Alemanha: Brasil em Alta e Extrema Direita em Declínio!
Alemanha: Nova Fase Política e Formação de Coalizão
A Alemanha está entrando em uma nova era política com a criação de um governo de coalizão entre a União Democrata-Cristã (CDU), do ex-chanceler Angela Merkel, e o Partido Social-Democrata (SPD), que tem como líder o atual chanceler Olaf Scholz. Após as recentes eleições, onde a CDU conquistou a primeira posição, enquanto o SPD ficou em terceiro lugar, essas duas siglas se uniram para formar um novo governo. Este acordo, intitulado "Responsabilidade para a Alemanha", foi oficialmente anunciado e estabelece uma trajetória conjunta que deverá colocar Friedrich Merz, da CDU, como o novo chanceler federal a partir de maio.
O pacto de 146 páginas ainda precisa do aval das bases dos dois partidos e, posteriormente, Merz será submetido a votação no Bundestag, o parlamento alemão, para assumir formalmente a posição de chanceler. Uma das diretrizes mais notáveis do novo governo é o fortalecimento das relações de cooperação com o Brasil, reconhecendo-o como um parceiro estratégico em sua política externa. O documento ressalta a intenção de intensificar as relações com o Brasil e de expandir as cooperações econômicas, ambientais e tecnológicas com países fora da Europa, ressaltando a importância da América Latina e do Caribe.
Outro ponto importante é a promessa de uma rápida ratificação do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, um compromisso que figura como central na agenda diplomática da nova coalizão. A assinatura desse pacto visa fortalecer a presença europeia na região e abre portas para novas negociações com países da América Latina, bem como com nações africanas e asiáticas.
Rejeição à Extrema Direita
A nova coalizão, apesar do crescimento do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que obteve 20,8% dos votos nas últimas eleições, optou por excluir essa força política do governo. A coalizão deixou claro seu posicionamento firme contra a extrema direita, declarando "tolerância zero" com relação a esse tipo de extremismo. O AfD, alvo de monitoramento pelo serviço de inteligência, although backed by a significant portion of the electorate, será isolado, mantendo a tradição dos partidos tradicionais de preservar a democracia e evitar a normalização de partidos considerados antidemocráticos.
Mudanças na Política Migratória
Outra área de foco para o novo governo é a política migratória. Em resposta ao aumento da popularidade da extrema direita, o governo se comprometeu a "reduzir amplamente a migração irregular". Medidas propostas incluem o fim de programas de acolhimento voluntário, a suspensão temporária do reagrupamento familiar para refugiados com proteção subsidiária, controles mais rígidos nas fronteiras e a aceleração dos processos de deportação. Contudo, a coalizão também reafirmou que a Alemanha continuará a acolher migrantes, priorizando critérios mais restritos, focando na migração qualificada.
Prioridades do Novo Governo
Além das questões de política externa e migração, o acordo entre CDU e SPD contempla diversas iniciativas voltadas para enfrentar a recessão econômica, fortalecer a defesa e modernizar a administração pública. Algumas das principais medidas incluem:
- Criação de um Conselho Nacional de Segurança.
- Redução do imposto de renda corporativo a partir de 2028.
- Um fundo de 500 bilhões de euros destinado à infraestrutura nos próximos dez anos.
- Reduções de 10% nos gastos administrativos dos ministérios até 2029 (exceto segurança).
- Compromisso em manter um salário mínimo em crescimento e apoiar a classe trabalhadora.
Visão do Novo Chanceler
Friedrich Merz, que deve ser confirmado como o novo chanceler, expressou otimismo em relação ao futuro do país. Ele declarou que a nova coalizão representa um "novo começo" para a Alemanha e enfatizou a necessidade de reativar a economia, preservar empregos, criar novas oportunidades e facilitar investimentos no país.
Com uma maioria consolidada no Bundestag, a aliança entre CDU e SPD traz a promessa de estabilidade em um cenário político caracterizado por fragmentação e o crescimento da extrema direita.
Chegada ao Poder da Nova Coalizão
O caminho para a formação do novo governo não foi simples. Em dezembro de 2024, o presidente Frank-Walter Steinmeier dissolveu o Bundestag após o então chanceler Olaf Scholz perder uma moção de confiança. Aquela situação resultou no colapso da coalizão anterior, que envolvia SPD, Verdes e FDP. A insatisfação com a política fiscal levou à demissão do ministro das Finanças e gerou instabilidade.
Convocadas eleições antecipadas para fevereiro de 2025, resultaram na vitória da CDU/CSU, seguida pelo AfD e pelo SPD. Apesar da pressão social para combater a extrema direita, os partidos tradicionais mantiveram sua posição de isolamento em relação ao AfD. Após meses de negociações, CDU e SPD finalmente se uniram, uma decisão que era considerada necessária diante do novo cenário político fragmentado.
Com a formação deste novo governo, a Alemanha se prepara para enfrentar desafios significativos, buscando um equilíbrio entre a estabilidade econômica, a segurança e a coesão social.