Na última terça-feira, 15 de abril de 2025, o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal por supostamente ter forçado um cartão amarelo em uma partida contra o Santos, no Campeonato Brasileiro de 2023. O objetivo seria beneficiar apostadores, e, além de Bruno, mais nove pessoas foram mencionadas na investigação.
O relatório da Polícia Federal, que contém 84 páginas, foi enviado ao Ministério Público do Distrito Federal, que agora decidirá se apresentará denúncia contra o jogador. A investigação revelou trocas de mensagens entre Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, cerca de dois meses antes do confronto. Durante as conversas, Wander indagou se Bruno tinha dois cartões, e confirmou que o jogador estava “pendurado”. Além disso, houve uma menção de que quando a situação se tornasse clara, ele deveria ligá-los.
As trocas entre os irmãos começaram em agosto de 2023. Em uma conversa posterior, em outubro, Bruno transferiu R$ 10 mil para Wander. Em um momento da conversa, Wander expressou preocupação sobre uma aposta que ele havia feito para que Bruno recebesse o cartão amarelo. Ele apostou R$ 3 mil, com a expectativa de ganhar R$ 12 mil, mas a casa de apostas bloqueou o valor, suspeitando de irregularidades. Wander solicitou ajuda a Bruno para lidar com essa situação enquanto o dinheiro estava retido.
O indiciamento de Bruno Henrique se baseia no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que proíbe fraudes em competições esportivas. Além de Bruno e Wander, a esposa de Wander, Ludymilla Araújo Lima, e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso também foram indiciadas, sendo que Bruno e seu irmão enfrentam acusações de fraude, enquanto os outros estão sendo investigados por estelionato.
O caso começou a ser investigado após suspeitas levantadas por três casas de apostas, que notaram movimentações atípicas relacionadas ao cartão amarelo de Bruno. Uma casa, por exemplo, observou que 98% das apostas para cartões da partida eram direcionadas a ele.
Apesar da gravidade das acusações e das longas investigações, o Flamengo manteve Bruno Henrique em seu elenco. O caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), mas o órgão considerou que os relatos não eram suficientes para abrir um inquérito. Recentemente, a Procuradoria solicitou à Polícia Federal o compartilhamento do relatório da investigação.
O Ministério Público agora avalia os próximos passos e deve formalizar uma denúncia em breve, possivelmente até o final de abril ou começo de maio, para que a justiça determine o andamento do processo. A situação gera grande repercussão no meio esportivo e levanta questões sobre integridade e confiabilidade no contexto das apostas em competições.
