Por que o Brasil Está Sendo Ignorado? Descubra a Revelação do Cofundador do Nubank!

O Brasil apresenta uma situação desafiadora para investidores durante o Fórum Econômico Mundial, que está ocorrendo em Davos. David Vélez, cofundador e presidente do Nubank, destacou que o país não está na lista de prioridades dos investidores. Em suas palavras, “Ninguém fala do Brasil hoje. A gente não está no radar de ninguém”.

Nos últimos anos, o Brasil e a América Latina chamaram a atenção devido ao potencial de suas populações e mercados consumidores. Entretanto, a atual instabilidade fiscal tem gerado preocupações que afastaram muitos investidores, resultando em uma perda de confiança que, segundo Vélez, é difícil de recuperar.

Atualmente, o Nubank, que ultrapassou a marca de 110 milhões de clientes – sendo mais de 100 milhões somente no Brasil – está avaliando a possibilidade de ampliar sua presença internacional, com os Estados Unidos como um dos mercados-alvo. O executivo indicou que há oportunidades significativas em países africanos e no Sudeste Asiático. Recentemente, a fintech fez um investimento de US$ 150 milhões na Tyme Group, um banco digital que atua na África do Sul e nas Filipinas, como parte dessa estratégia de expansão.

A visão de Vélez para a próxima década é consolidar a internacionalização do Nubank. Ele explicou que, nos últimos anos, o foco da empresa foi estabelecer um modelo de banco digital que conseguisse bancarizar 85% da população brasileira, um objetivo que já foi alcançado.

Sobre a mudança da sede da Nu Holding, que atualmente está nas Ilhas Cayman, Vélez confirmou que essa é uma questão em avaliação, mas não entrou em detalhes. A mudança para o Reino Unido poderia facilitar o acesso ao mercado americano, que, apesar da concorrência acirrada, é considerado crucial para o crescimento da fintech.

Atualmente, o Nubank opera no Brasil, no México e na Colômbia, e o crescimento no mercado mexicano, onde possui cerca de 10 milhões de clientes, é um dos principais focos para 2025. No Brasil, o Nubank já atende quase 60% da população adulta, de acordo com Vélez.

Em termos de produtos, a fintech tem expandido sua oferta de crédito, especialmente com relação a empréstimos consignados, um segmento que, segundo Vélez, era fundamental para completar o portfólio de serviços financeiros oferecidos. Ele acrescenta que não enxerga riscos iminentes de inadimplência, mesmo em um cenário econômico desafiador e com taxas de juros elevadas.

A fintech tem um tíquete médio de empréstimos pessoais que varia de R$ 4 mil a R$ 5 mil, e o valor médio concedido para cartões de crédito é em torno de R$ 1 mil. Além disso, o Nubank representa cerca de 30% do crescimento total de empréstimos pessoais no Brasil em 2024, e agora oferece também crédito através do Pix, com valores entre R$ 80 e R$ 100.

Um dos grandes objetivos do Nubank é se posicionar como a instituição financeira principal para seus clientes, e, atualmente, cerca de 60% dos usuários já utilizam o banco como sua conta principal.

Vélez também mencionou que as empresas de apostas digitais não representam uma ameaça significativa ao Nubank. De acordo com ele, as transações relacionadas a esse setor representam menos de 1% das operações realizadas pelos clientes no Pix.

A companhia permanece atenta a oportunidades de aquisição, não apenas por meio de crescimento orgânico. Embora alguns analistas acreditem que o Nubank possa ser alvo de consolidações, Vélez afirmou que a fintech está mais interessada em atuar como compradora do que como alvo.

Por fim, a relação do Nubank com instituições financeiras tradicionais, que anteriormente o viam como uma ameaça, tem se tornado mais pacífica. O executivo destacou que essa nova dinâmica é resultado de uma concorrência saudável, onde todos buscam oferecer melhores serviços aos consumidores.

À medida que o Nubank continua a expandir seus serviços e presença no mercado, sua abordagem voltada para a inovação e a inclusão financeira parece ser uma estratégia vencedora em um cenário em constante mudança.