Polêmica: Hermoso entra com ação judicial contra Rubiales pelo beijo!
Jenni Hermoso decidiu recorrer da sentença que condenou Luis Rubiales a uma multa de 10.800 euros (cerca de 64 mil reais) por um beijo não consensual durante a comemoração da Copa do Mundo Feminina de 2023. O ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) foi considerado culpado de agressão sexual, além de ter sido proibido de se aproximar ou manter qualquer contato com a jogadora por um ano. Contudo, ele foi absolvido da acusação de coação, uma vez que o juiz não identificou violência ou intimidação em seus esforços para que Hermoso minimizasse o incidente.
O advogado da jogadora, Ángel Chavarría, afirmou que a intenção de Hermoso é questionar a decisão. O juiz, Manuel Fernández-Prieto, destacou que Rubiales cometeu um ato inesperado que violou a liberdade sexual da jogadora, enfatizando que a falta de consentimento caracteriza a agressão sexual, mesmo em casos em que não haja violência física.
Durante o julgamento, Hermoso reafirmou que nunca deu permissão para o beijo e relatou as várias vezes em que a RFEF a pressionou para suavizar a situação. Em contrapartida, Rubiales defendeu-se dizendo que estava “absolutamente certo” de que Hermoso consentiu com o gesto. Irene Paredes, colega de Hermoso na seleção, manifestou surpresa por Rubiales não ter sido condenado por coação, apesar de reconhecer a correção da condenação por agressão sexual.
Félix Bolaños, ministro da Justiça da Espanha, se manifestou sobre o caso, ressaltando que um beijo sem consentimento é classificado como agressão sexual e elogiou a coragem de Hermoso por denunciar o ato.
Além disso, outros três indivíduos envolvidos, incluindo o ex-técnico da seleção feminina, Jorge Vilda, e dois ex-funcionários da RFEF, foram absolvidos da acusação de coação.
Vale ressaltar que uma reforma recente do Código Penal Espanhol tornou explícito que um beijo não consensual pode ser qualificado como agressão sexual, fortalecendo as proteções legais para vítimas de violência sexual. O julgamento de Rubiales e dos demais envolvidos tem sido visto como um ponto de referência na luta contra o sexismo no esporte, gerando apoio para as jogadoras por meio do movimento impulsionado pela hashtag #SeAcabó.
Além deste processo, Rubiales também está sob investigação por possíveis irregularidades e corrupção durante sua presidência na RFEF, incluindo um polêmico contrato que levou a Supercopa da Espanha a ser realizada na Arábia Saudita.
Esses eventos representam uma mudança significativa no tratamento de casos de violência e assédio no mundo esportivo, destacando a importância de se ouvir e proteger as vítimas. A cultura de silêncio que históricamente cercou esses tipos de incidentes está começando a ser desafiada, colocando em evidência a necessidade de responsabilidade e respeito dentro do esporte.
