Os Segredos de Giovanni Angelo Becciu: O Cardeal que Perdeu Tudo!

O cardeal Giovanni Angelo Becciu está determinado a participar do conclave, a reunião onde será escolhido o próximo papa, mesmo após a perda dos direitos e privilégios que acompanhavam seu cargo. Becciu uma vez foi uma figura influente no Vaticano, exercendo o papel de “sostituto” na Secretaria de Estado da Santa Sé, uma função similar à de um chefe de gabinete do papa. Isso lhe permitia um acesso direto ao pontífice, sem a necessidade de agendar reuniões, e lhe conferia considerável poder sobre as operações do governo da Igreja.

Entretanto, sua posição no Vaticano foi drasticamente afetada em 2020 quando foi demitido pelo papa Francisco e retirado de seus cargos como líder do departamento responsável pela canonização de santos. Além disso, o papa decidiu renunciar aos direitos e privilégios associados ao cardinalato de Becciu, que se transformou no primeiro cardeal na história a ser condenado por um tribunal criminal da Santa Sé. Em 2023, ele foi sentenciado a cinco anos e meio de prisão por peculato e fraude em um caso que envolvia a compra de um edifício de luxo em Londres, resultando em perdas significativas para as finanças do Vaticano.

Apesar das graves acusações e de sua condenação, Becciu sempre manteve sua inocência, e sua defesa recorreu da decisão judicial, que ainda está sendo analisada. Enquanto aguarda o resultado, ele tem autorização para viver em um apartamento no Vaticano.

Embora tenha perdido muitos de seus privilégios, Becciu tecnicamente não foi removido do Colégio Cardinalício, o que significa que ainda pode participar das discussões que precedem o conclave. Ele também expressou sua insatisfação com sua exclusão das listas oficiais de cardeais do Vaticano, continuando a insistir na sua capacidade de envolvimento no processo de escolha do novo papa.

Nascido em Pattada, na Itália, em 2 de junho de 1948, Giovanni Angelo Becciu foi ordenado sacerdote em 1972 e possui formação em Direito Canônico. Iniciou sua carreira no serviço diplomático do Vaticano em 1984, servindo em diversos países, incluindo a República Centro-Africana, o Reino Unido e os Estados Unidos. Em 2001, foi nomeado núncio apostólico em Angola, ao mesmo tempo em que se tornava arcebispo.

A sua carreira no Vaticano continuou progredindo, culminando na sua nomeação como substituto na Secretaria de Estado em 2011, a função que o colocava em uma posição de grande influência. Mais tarde, em 2018, Becciu foi nomeado prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e, posteriormente, promovido a cardeal.

Após as investigações e denúncias que surgiram em 2020, o papa Francisco aceitou sua renúncia ao cargo de Prefeito e aos direitos associados ao cardinalato. Apesar disso, a estrutura e os protocolos do Vaticano permitem que Becciu ainda possa participar de algumas discussões, o que levantou debates sobre sua inclusão no conclave, especialmente considerando suas alegações de inocência.

A situação de Becciu destaca tensões e complexidades dentro da estrutura da Igreja Católica, onde os escândalos financeiros e as acusações de corrupção criam uma dinâmica incerta. A posição do cardeal, que outrora era vista como uma ascensão promissora dentro da hierarquia eclesiástica, agora se encontra em meio a uma maré de controvérsias.

O que ocorre no conclave e como a situação de Becciu se desenvolverá são questões que estão sendo acompanhadas de perto. O futuro do cardeal e da própria Igreja Católica pode depender das decisões que serão tomadas nas próximas semanas, enquanto os cardeais se preparam para a importante tarefa de escolher o novo pontífice.

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