Ministro da CGU Desafia Críticas: ‘Queda no Ranking de Corrupção é Apenas Conversa de Boteco!’
Ministro da CGU Questiona Metodologia da Pesquisa sobre Corrupção no Brasil
Vinícius Marques de Carvalho, atual ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), levantou questionamentos sobre o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) divulgado pela Transparência Internacional, que posicionou o Brasil em uma situação preocupante na série histórica iniciada em 2012. Segundo a pesquisa, o Brasil caiu para a 107ª posição entre 180 países, com 34 pontos, refletindo a pior avaliação do país nesse índice até o momento.
Em entrevista, Carvalho criticou a análise da Transparência Internacional, sugerindo que a metodologia utilizada se assemelha a uma "conversa de boteco". Ele manifestou sua indignação em relação à alegação de que a percepção de corrupção no Brasil aumentou devido ao silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre questões de combate à corrupção. Para ele, essa correlação não é fundamentada: "De onde tiraram? O que tem de sério? É uma correlação, não tem causalidade", destacou.
O relatório da Transparência Internacional mencionou que o país enfrenta dificuldades no combate à corrupção, trazendo exemplos como a renegociação de acordos de leniência da Operação Lava Jato, que envolveu réus que concordaram em pagar multas para ressarcir danos causados por desvios éticos. Além disso, Carvalho citou a permanência do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, em seu cargo, mesmo após enfrentar investigações por corrupção passiva e fraude em licitações.
Uma das principais críticas de Carvalho à pesquisa é que ela teria se baseado na opinião de empresários e executivos, sem considerar a perspectiva da população e de servidores públicos. Para o ministro, isso torna o estudo uma mera "pesquisa de opinião". O IPC avalia a percepção de integridade dos países em uma escala de 0 a 100, onde pontuações mais altas refletem uma maior percepção de integridade.
Em um comunicado, a CGU advertiu sobre as "limitações metodológicas" do índice, afirmando que ele mede a percepção, e não a ocorrência real de corrupção. O relatório também recomenda cautela na interpretação dos resultados, especialmente em relação a pequenas variações nas pontuações. Excepcionalmente, países que realizam esforços rigorosos no combate à corrupção podem ser penalizados no IPC, uma vez que a exposição de casos e investigações pode impactar negativamente a percepção pública sobre a corrupção.
Em suma, a postura do ministro Vinícius Marques de Carvalho sublinha a necessidade de uma análise crítica das metodologias utilizadas em pesquisas de percepção, bem como a importância de considerar uma gama mais amplia de opiniões ao abordar temas tão delicados como a corrupção no Brasil.