A nova diretoria do Flamengo levantou questões importantes sobre o contrato com a Liga de Clubes do Brasil (Libra) e suas implicações. Os principais pontos em discussão são a redação de cláusulas que consideram mal estruturadas e os critérios de distribuição dos recursos financeiros entre os clubes.
Para liderar essa nova estratégia, o Flamengo contratou Marcelo Campos Pinto, ex-diretor da Globo, que irá focar na negociação dos direitos televisivos. Entre as críticas ao contrato atual, destaca-se a forma como as cláusulas do pay-per-view estão formuladas. Essa redação confusa pode impactar negativamente a receita líquida que os clubes recebem, uma vez que uma parte significativa dessa receita é destinada às equipes. As estimativas sugerem que, por meio do pay-per-view, os clubes poderiam arrecadar cerca de R$ 200 milhões por ano.
Atualmente, está previsto que 40% da receita líquida do pay-per-view seja destinada aos clubes da Libra, mas essa distribuição está condicionada à presença de 20 clubes da Série A. O problema é que não está claro se esses 20 times precisam ser todos da Libra ou apenas precisam assinar o contrato de pay-per-view, como ocorreu com a Liga Forte União. Essa ambiguidade pode beneficiar a emissora, enquanto os clubes ficam com uma fatia menor.
Outro aspecto preocupante é que o contrato não garante um aumento na receita caso novos clubes se juntem à Libra. Isso significa que, se o número de clubes aumentasse na Série A, os times teriam que dividir a mesma quantia, resultando em uma receita reduzida para cada um.
Além disso, os critérios de distribuição dos recursos da Libra também estão sendo contestados. O modelo atual estabelece que 30% da receita seja distribuído com base na audiência, o que, em teoria, seria benéfico para o Flamengo. Contudo, a incerteza em relação ao número de partidas que a Globo irá transmitir na TV Aberta pode fazer com que o clube dependa excessivamente da emissora para sua receita. Isso levanta preocupações sobre a verdadeira eficácia desse modelo de distribuição.
Com estas questões em pauta, a nova diretoria do Flamengo busca garantir condições mais favoráveis para todos os clubes envolvidos e reforçar suas posições nas negociações futuras. O foco está em revisar e esclarecer os termos do contrato com a Liga, para que seja possível maximizar os ganhos dos clubes e assegurar uma distribuição mais justa dos recursos gerados.