Ex-Cambista do Corinthians Revela Segredos da Venda de Ingressos para Autistas!
Na recente final do Campeonato Paulista, entre Corinthians e Palmeiras, uma prática irregular envolvendo a venda de ingressos destinados ao público autista foi identificada. Apesar de haver um setor específico e gratuito para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), ingressos foram oferecidos por preços excessivamente altos em redes sociais, alguns até o dobro do valor original.
Bruno Cezar Pedroso de Gouveia, um dos responsáveis pela venda ilegal, comercializava ingressos do setor reservado para autistas por valores que variavam entre R$ 800 e R$ 850, quando o preço da meia-entrada no setor específico é R$ 350. O Corinthians permite a retirada de um ingresso gratuito para a pessoa autista e acesso a até três acompanhantes mediante pagamento de meia-entrada.
De acordo com a Lei Geral do Esporte, a venda de ingressos acima do valor impresso é considerada crime, com penas que incluem reclusão e multa. Bruno confirmou a venda irregular de ingressos, afirmando que não seria necessária a apresentação de documentos dos acompanhantes, o que contraria práticas seguradas pelo clube, onde os nomes dos acompanhantes são geralmente verificados.
Uma investigação revelou que a comercialização de ingressos de acompanhantes de outros autistas cadastrados é uma prática recorrente. O Corinthians, ciente dos abusos, tem intensificado ações para combater o cambismo, incluindo a exclusão de associados envolvidos nessa prática e denúncias à polícia.
Bruno, que tem um histórico em atividades relacionadas ao futebol, argumentou que não se considera cambista e que tem liberdade para dispor dos ingressos que possui. Contudo, essa interpretação ignora a natureza dos benefícios oferecidos pelo clube para inclusão de pessoas com deficiência.
A situação gerou reações de representantes de movimentos que apoiam autistas, que criticaram a venda de ingressos a preços inflacionados, considerando-a injusta, especialmente em relação a um benefício que visa proporcionar acesso ao esporte para famílias com jovens autistas.
A direção do Corinthians reafirmou seu compromisso em coibir práticas ilegais, solicitando à torcida que evitem a compra de ingressos de forma indevida, e implementando medidas rigorosas para proteger o acesso justo a todos os torcedores.
Com mais de 3 mil autistas cadastrados no programa de sócios torcedores, a questão do acesso a jogos é importante para muitas famílias. O clube busca assegurar que os benefícios oferecidos sejam respeitados, garantindo que a inclusão social desejada seja uma realidade no ambiente esportivo.
