
Equador em Chamas: Resultado da Eleição Presidencial Revela Conflitos Intensos!
A votação para a escolha do próximo presidente do Equador foi encerrada às 17h deste domingo local (19h em Brasília). A disputa ganhou destaque entre o atual presidente, Daniel Noboa, de 37 anos, que tenta a reeleição, e a advogada e ex-deputada Luisa González, de 47 anos, representante da centro-esquerda e herdeira política do ex-presidente Rafael Correa, que governou de 2007 a 2017. Um total de 13 milhões de eleitores estavam aptos a votar, e o dia de votação ocorreu sem incidentes significativos. A expectativa é que os resultados sejam divulgados até a noite ou na madrugada de segunda-feira.
No início da contagem, duas empresas de pesquisa publicaram suas previsões. A Telcodata indicou uma vitória de Noboa com 51,2% dos votos em comparação a 48,8% para González, com uma margem de erro de 0,6%. Em contrapartida, a Corpmontpubli apontou González como vencedora com 51,99% contra 48,01% de Noboa. Às 18h no horário local (20h em Brasília), foram divulgados os primeiros resultados oficiais pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Com apenas 27,2% das urnas apuradas, Noboa liderava com 57,06%, enquanto González tinha 42,9%, uma diferença de 14 pontos percentuais.
Durante o primeiro turno, a disputa foi extremamente acirrada, com Noboa obtendo 44,17% dos votos e González, 44%, uma diferença de apenas 0,17%. Pesquisa recente indicava um empate técnico, refletindo a polarização entre os candidatos. Noboa, que esteve presente na posse de Donald Trump, era visto como favorito por setores da política americana.
No dia anterior à votação, o governo declarou estado de emergência em sete províncias e em Quito, capital do país, devido ao crescente nível de violência. Essa medida permitiu que as forças de segurança realizassem operações sem autorização judicial, além de restringir o direito de reunião e a circulação de veículos. Apesar disso, o comparecimento às urnas foi elevado, com mais de 83% do eleitorado participando, uma leve alta em relação ao primeiro turno.
A presidente do CNE, Diana Atamaint, elogiou a participação do público. Noboa votou em Olón, acompanhado de sua família. Vestindo a cor de seu partido, o Ação Democrática Nacional (ADN), ele destacou que o dia era significativo para a história do Equador.
A votação ocorreu sob forte esquema de segurança, com a presença ostensiva de policiais e militares. A candidata Luisa González, que também votou em Manabí, foi recebida com aplausos e demonstrações de apoio do público. Em suas redes sociais, ela fez acusações sem provas, sugerindo que poderiam haver tentativas de fraude para deslegitimar sua campanha.
A Comissão Europeia e a Organização dos Estados Americanos (OEA) acompanharam a eleição e relataram que não haviam presenciado anomalias. Observadores pediram calma à população e reafirmaram a importância de manter um processo eleitoral transparente.
Atamaint, durante a apuração, destacou que o sistema é auditável, enfatizando que as alegações infundadas podem comprometer a confiança na democracia. A contagem de votos ocorre em papel nos próprios centros de votação, e o processo de apuração pode durar até quarta-feira. Ela previu uma tendência clara para o possível vencedor já na noite de domingo, embora o CNE tenha até 1º de maio para anunciar oficialmente o resultado.
O Equador enfrenta um ambiente desafiador nos últimos anos, com um aumento significativo relacionado ao narcotráfico, que impactou diretamente a violência no país. O sistema judicial enfrenta problemas estruturais, tornando-se um terreno fértil para gangues e cartéis. Além disso, a economia é uma preocupação central, com apenas 36% da população tendo emprego regular, e a eleição reflete essa dualidade entre o candidato atual, que promete medidas de combate à violência, e a candidata opositora, que representa um retorno a um estilo de governança anterior.
Daniel Noboa, com formação em Harvard e origem em um império empresarial do setor bananeiro, se tornou presidente em 2023 após uma eleição convocada pelo seu antecessor. Luisa González, por outro lado, teve uma trajetória política ligada ao governo de Correa, que polariza opiniões no Equador, com legados tanto de crescimento econômico quanto de acusações de autoritarismo e corrupção.
Com a expectativa de que a apuração traga novos desdobramentos nas próximas horas, o país observa atentamente o resultado que definirá não apenas a liderança, mas também o futuro político e social do Equador.