
Dólar despenca para R$ 5,87! Entenda o impacto da guerra comercial nos mercados!
Nesta sexta-feira, o dólar à vista registrou uma queda em relação ao real, enquanto os investidores buscaram ativos de maior risco. Apesar dessa queda no dia, a moeda ainda fechou a semana em alta, reflexo das crescentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que vêm gerando preocupações sobre uma possível recessão econômica global.
Em resposta às tarifas impostas pelo presidente norte-americano, a China elevou suas taxas sobre produtos dos EUA, aumentando-as de 84% para 125%. Essa medida foi anunciada pela Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado da China. Recentemente, o governo dos EUA também confirmou que as tarifas sobre importações chinesas agora somam aproximadamente 145%.
Na cotação do dólar, o valor à vista encerrou em R$ 5,8698, com uma desvalorização de 0,49% em relação ao dia anterior, embora ao longo da semana tenha acumulado alta de 0,54%. Às 17h03, o contrato de dólar futuro na B3 apresentava uma queda de 0,26%, sendo negociado a R$ 5,883.
Os fatores que impulsionaram a valorização do real incluem também o desempenho positivo de outras moedas emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano, que se beneficiaram com o aumento nos preços de commodities no mercado internacional, como o minério de ferro e o petróleo.
Os investidores se mostraram mais inclinados a correr riscos após o otimismo em Wall Street, impulsionado por resultados financeiros sólidos de grandes bancos e declarações do Federal Reserve, que reafirmaram sua disposição em agir contra possíveis distúrbios no sistema financeiro. Após uma semana marcada por volatilidade e perdas significativas entre as moedas emergentes, muitos aproveitaram o momento para realizar lucros.
Entretanto, essa busca por investimentos de maior risco ocorreu em um contexto de intensificação da guerra comercial entre os EUA e a China, o que continua a aumentar a aversão ao risco em relação a economias emergentes. Recentemente, a escalada das tarifas entre os dois países trouxe incerteza e volatilidade ao mercado, afetando a confiança dos investidores.
A disputa se intensificou com o aumento recente das tarifas, que começaram com a intenção dos EUA de implementar uma taxa de 54% sobre produtos chineses, levando a uma resposta da China com tarifas de 34%, e assim sucessivamente, resultando na situação atual.
Analistas apontam que essas tensões podem ter um impacto negativo sobre a economia americana, pois a dependência de importações da China por diversas empresas norte-americanas poderá desencadear uma crise de inflação, com potenciais riscos de recessão. Como resultado, alguns investidores começaram a repensar suas estratégias, levando eles a considerar a venda de ativos norte-americanos, o que demonstra uma mudança na confiança em relação ao mercado dos EUA.
Durante o dia, o dólar chegou a registrar uma mínima de R$ 5,8179 e uma máxima de R$ 5,9193. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda em relação a uma cesta de outras divisas, também mostrou uma queda de 0,66%, estabelecendo-se em 99,861.
No panorama econômico interno, houve notícias positivas. Dados do setor agropecuário mostraram que a atividade econômica brasileira cresceu mais do que o esperado em fevereiro, mesmo diante do ciclo de aperto monetário e incertezas. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março desacelerou, atingindo 5,48% em 12 meses, em linha com as expectativas do mercado. Além disso, o Banco Central conseguiu vender todos os contratos de swap cambial oferecidos para a rolagem de vencimentos futuros.
Dessa forma, o cenário apresenta um misto de desafios e oportunidades, onde a volatilidade no mercado cambial e as tensões internacionais exigem que os investidores estejam atentos e bem informados sobre as perspectivas econômicas e os movimentos de mercado.