Dólar despenca para R$ 5,86 após declarações de Trump: China abre portas para negociações comerciais!
Na manhã desta sexta-feira, o dólar comercial apresentou uma queda de 0,96%, cotado a R$ 5,8686. Essa desvalorização ocorre no contexto de uma tendência global de fortalecimento de moedas de outros países, impulsionada por declarações recentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante uma entrevista, Trump expressou que preferiria não precisar impor tarifas sobre a China, apesar de reconhecer que as tarifas conferem ao país um “enorme poder” nas negociações comerciais.
Trump também mencionou sua crença na possibilidade de um acordo comercial favorável com a China, destacando que teve uma conversa produtiva com o líder chinês, Xi Jinping. Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, reforçou que a cooperação comercial entre os dois países é benéfica para ambos, sugerindo que as nações têm interesses comuns que podem servir como base para um diálogo mais efetivo.
Essas declarações geraram um impacto significativo no mercado cambial, fazendo com que o dólar apresentasse uma tendência de queda pelo quinto pregão consecutivo, afetando especialmente a desvalorização da moeda frente a outras divisas emergentes. O índice DXY, que mede a performance do dólar em relação a uma cesta de moedas, também registrou um declínio de 0,67%.
O especialista em câmbio Jacques Zylbergeld ressaltou a importância das falas de Trump para a redução das tensões comerciais com a China. As posturas mais amigáveis do presidente contribuem para aliviar as preocupações sobre a imposição de tarifas elevadas, o que, em última análise, melhora as expectativas do mercado.
Durante seu discurso no Fórum Econômico Mundial em Davos, Trump reiterou que a relação entre os Estados Unidos e a China é positiva e expressou seu desejo de que a China ajude a abordar questões globais, como a guerra na Ucrânia. O analista de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, observou que essa abordagem menos agressiva de Trump em relação à China tem contribuído para a valorização do real e a desvalorização do dólar desde o início do seu novo mandato.
A nova atitude do presidente pode reduzir o temor de que as tarifas tenham um impacto inflacionário significativo e que sua implementação ocorra de forma gradual. Isso, segundo analistas, melhora as perspectivas para possíveis cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve ao longo de 2025, enfraquecendo ainda mais a moeda americana.
Os analistas seguem avaliando a complexa interdependência entre os EUA e a China. Enquanto a China tenta estimular seu mercado interno e reduzir sua dependência das exportações, os Estados Unidos também trabalham para diminuir sua dependência das importações chinesas. Contudo, ambos os esforços enfrentam desafios.
A possibilidade de tarifas elevadas sobre importações chinesas pode pressionar a inflação nos EUA, levando a uma necessidade de aumento nas taxas de juros para controlá-la. Isso poderia criar um cenário desafiador para Trump, especialmente com a aproximação das eleições de meio de mandato em 2026, quando a inflação e as taxas elevadas podem complicar a aprovação de novas agendas.
Em resumo, as recentes declarações de Donald Trump sobre comércio e tarifas estão influenciando o mercado de câmbio, provocando a desvalorização do dólar e ressaltando a importância do diálogo entre EUA e China. As implicações dessas relações comerciais se estendem para o cenário econômico global, afetando não apenas as moedas, mas também as expectativas sobre políticas fiscais e monetárias.