Desenvolvedor Choca ao Usar Jogo de Travesti em Polêmica na Gamescom Latam!

Recentemente, Matheus Borba, desenvolvedor da GoGo Games e organizador da GameJam Plus, fez críticas em suas redes sociais sobre a organização da Gamescom Latam, expressando sua insatisfação com a falta de profissionalismo no processo de seleção de jogos para eventos como o BIG Festival e a própria Gamescom. Com seu post, Borba abordou a questão da transparência nos processos de seleção, mencionando que existem muitos jogos com grande potencial que não recebem a devida atenção.

Ele exemplificou essa preocupação ao citar o jogo “lunr.rdio.taxi”, desenvolvido pela criadora travesti Talbone, da Soín. Para ele, a presença de jogos em destaque no evento deve ser mais criteriosa, e a seleção deve alterar-se de modo a reconhecer e valorizar produções que estão em wishlist de tantos jogadores e que têm uma relevância cultural significativa.

Em resposta ao que Borba escreveu, Talbone se manifestou no LinkedIn, apontando a necessidade de se falar sobre a importância da diversidade nas produções de jogos e questionando o contexto das críticas feitas por Borba. Em sua resposta, Talbone explicou que “lunr.rdio.taxi” é um jogo que não só oferece uma experiência de ritmo e drift, mas também carrega elementos culturais brasileiros na sua essência. Os desenvolvedores do jogo buscam colaborar com DJs e produtores de todo o Brasil, criando uma trilha sonora que reflete a vida urbana da juventude brasileira. Além disso, ela destacou que a equipe por trás do projeto é composta predominantemente por pessoas trans e neurodivergentes, ressaltando a relevância social que a inclusão pode ter no setor.

A discussão levantada por Borba e Talbone destaca um problema já conhecido na indústria brasileira de jogos: a falta de inclusão e a transparência nos processos de seleção. A crítica de Borba, apesar de não se referir diretamente a Talbone e seu jogo, gerou controvérsias e foi interpretada por alguns como um ataque à diversidade dentro do setor. O questionamento sobre os critérios de seleção e a forma como os eventos tratam jogos independentes é um tema relevante e já foi abordado anteriormente em cartas abertas pedindo maior clareza nos processos de decisão.

Após o mal-entendido, Borba se manifestou novamente para esclarecer suas intenções. Ele deixou claro que seu objetivo não era atacar desenvolvedores individualmente, mas sim criticar a estrutura dos eventos e o que considera uma falta de visibilidade para projetos de maior expressão que não foram escolhidos. Ele reiterou que em momento algum se referiu à qualidade de “lunr.rdio.taxi” e que sua crítica se originou a partir da necessidade de melhorar a representação dos jogos brasileiros em grandes eventos.

A situação ilustra que, embora as intenções por trás de críticas possam ser bem fundamentadas, a comunicação dessas críticas precisa ser cautelosa para evitar mal-entendidos. Embora a discussão tenha começado de forma tensa, é um incentivo à reflexão sobre como as vozes diversas dentro da indústria são ouvidas ou ignoradas.

Por fim, a situação entre Borba e Talbone realça a importância de se promover a diversidade e a inclusão na indústria de jogos, bem como a necessidade de eventos recrutarem e reconhecerem jogos que realmente representem a pluralidade cultural brasileira. O diálogo sobre estas questões é essencial para garantir um espaço mais inclusivo no desenvolvimento de jogos no Brasil.

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