O Allianz Parque, estádio do Palmeiras, testou a implementação de um gramado híbrido em resposta a problemas com a grama natural. No entanto, os testes realizados não demonstraram resultados satisfatórios. O gramado híbrido consiste em uma camada principal de grama natural, com aproximadamente 20% de fibras sintéticas integradas. A ideia era melhorar a resistência do campo, mas os especialistas identificaram que as condições de luz e o estresse causado por eventos e jogos não eram favoráveis.
O CEO da empresa responsável pela manutenção do gramado, SoccerGrass, explicou que a sombra das arquibancadas e a falta de luz solar adequada prejudicavam o crescimento da grama natural. As áreas onde a grama natural já estava debilitada não melhoraram com a adição da grama sintética, levando à conclusão de que essa solução não funcionaria para o Allianz Parque. Para o estádio, a abordagem bem-sucedida tem sido o uso de grama sintética de alta qualidade.
O Maracanã é mencionado como um exemplo onde o gramado híbrido foi adotado, mas a implementação não incluiu orçamentos adequados por parte dos responsáveis, devido às condições adversas que o gramado enfrentaria. A quantidade de grama sintética, de acordo com especialistas, não seria suficiente para manter a integridade do campo sob condições intensas de uso.
Por outro lado, a Neo Química Arena, do Corinthians, tem se destacado pela qualidade de seu gramado híbrido. O estádio possui uma estrutura que permite maior insolação e um fluxo reduzido de eventos, contribuindo para a manutenção saudável da grama natural. Técnicos, como Abel Ferreira do Palmeiras, já reconheceram a excelência desse campo.
A FIFA reconhece a eficácia dos gramados sintéticos, mas as opiniões sobre seu uso ainda geram divergências. Enquanto alguns especialistas veem o gramado sintético como uma alternativa viável, outros o consideram uma solução inadequada para a alta demanda e os padrões exigidos em grandes estádios, especialmente em locais como o Allianz Parque.
A discussão sobre gramados no futebol brasileiro continua a evoluir, refletindo as necessidades específicas de cada estádio, suas condições ambientais e o calendário de eventos. A busca por soluções que garantam qualidade e durabilidade nos campos é constante, e as experiências no Allianz Parque servirão como aprendizado para o futuro das infraestruturas esportivas no Brasil.
