Descubra o Hospital de R$ 150 Milhões que Nunca Sai do Papel!
Um jovem de 18 anos perdeu a vida após cair de uma altura de nove metros na obra inacabada do Hospital Regional de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O acidente ocorreu na madrugada de uma quarta-feira, e a Polícia Militar foi acionada para registrar a ocorrência.
Na mesma data, o governo de Minas Gerais revelou que estava cobrando uma dívida de R$ 28 milhões da prefeitura local. Esta quantia refere-se a recursos que deveriam ter sido utilizados para a construção do hospital. Desde o início das obras, houve uma troca de quatro prefeitos e cinco governadores, e a conclusão da unidade hospitalar, projetada para atender uma população de 1,6 milhão de pessoas, ainda não foi realizada.
Com uma área construída de 20 mil metros quadrados e a previsão de oferecer 240 leitos, incluindo 40 destinados a Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), o hospital foi idealizado para atender a 95 cidades da região. Contudo, as obras foram paralisadas e o espaço apresenta um acesso perigosamente livre, sem qualquer tipo de segurança.
O jovem que faleceu estava acompanhando três amigos, e o grupo entrou por uma área desprotegida. Eles subiram uma escada de concreto e, ao chegar ao terceiro andar, a vítima pisou em um local sem degrau e caiu. Desde que as obras se iniciaram, a estrutura foi alvo de vandalismo e sua deterioração aumentou ao longo do tempo.
O governo de Minas informou que seria necessário um investimento adicional de cerca de R$ 150 milhões para concluir a obra. O hospital foi planejado em um terreno de 25 mil m², ao lado de um shopping e da rodoviária, com a inauguração prevista para o final de 2011. A unidade tinha o objetivo de ser um “hospital verde”, seguindo um conceito sustentável e economicamente viável.
O projeto previa que o hospital atuasse como um núcleo central de uma rede de assistência à saúde, oferecendo suporte a situações de urgência e emergência, como o Samu e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). No entanto, a realidade da obra inacabada e a falta de recursos têm gerado preocupações.
O governo estadual bloqueou a prefeitura no sistema financeiro do Estado, impedindo o uso de verbas estaduais. A reivindicação do governo local é para que a prefeitura restituísse os R$ 28 milhões. Esta cobrança foi suspensa anteriormente em decorrência de um acordo para retomar as obras. Contudo, foram identificados problemas significativos na construção, levantando dúvidas sobre a estabilidade da edificação.
Em resposta, o Ministério Público de Juiz de Fora solicitou judicialmente que o governo retome as obras e mantenha segurança no local para evitar novas depredações e acidentes. Além disso, o MP pediu o congelamento da dívida, evitando bloqueios de recursos.
As investigações identificaram falhas na execução da obra, responsabilidade atribuída a indivíduos em uma ação separada. O governo estadual, por sua vez, alega que retomar a construção não é viável, embora especialistas apontem que há soluções técnicas possíveis, mas que não têm sido estudadas ou precificadas.
A prefeitura de Juiz de Fora afirmou que a dívida de gestões anteriores foi quitada com a cessão do imóvel, mas que o acordo não foi mantido. O governo estadual reafirmou a existência de graves problemas na construção e garantiu que os valores que seriam utilizados na obra serão redirecionados para melhorias no acesso à saúde na região.
Nesta situação, a segurança e a gestão do local permanecem uma preocupação, com os olhares voltados para a resolução desse impasse e para a necessidade urgente de um hospital que atenda a população da Zona da Mata.