Guilherme Guarche, do Centro de Memória
Antônio Lima dos Santos, mais conhecido como Lima, nasceu em 18 de janeiro de 1942, em São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais. A cerca de 400 km de Belo Horizonte e na divisa com São Paulo, ele cresceu em um ambiente onde a paixão pelo futebol floresceu desde cedo. Sua mãe, Dona Izabel, se mudou para São Paulo com ele ainda criança, e foi lá que Lima começou a desenvolver suas habilidades jogando bola nas ruas da cidade.
Lima deu seus primeiros passos no futebol jogando por equipes amadoras como Luso Nacional e Leão do Norte Futebol Clube. Sua trajetória começou a ganhar destaque quando foi observado pelo ex-jogador do Palmeiras, Osvaldinho, que se impressionou com seu talento e o indicou para o Juventus, onde Lima assinou seu primeiro contrato profissional aos 16 anos. Sob a orientação do técnico José Carlos Bauer, conhecido como “Gigante do Maracanã”, Lima foi promovido para a equipe principal.
Um dos momentos marcantes de sua carreira ocorreu no dia 2 de agosto de 1959, quando Lima jogava pelo Juventus e teve a oportunidade de ver Pelé, que mais tarde seria seu colega no Santos, marcar um dos gols mais icônicos de sua carreira. Embora atuasse como meio-campista naquela partida, sua posição usual era na lateral direita. Em 1961, Lima chegou ao Santos, onde faria história.
Lima estreou pelo Santos em 19 de abril de 1961, em um jogo do Torneio Rio-São Paulo, onde a equipe sofreu uma derrota para o Flamengo. No entanto, sua versatilidade no campo rapidamente se destacou, fazendo dele um dos maiores curingas da história do futebol brasileiro. Lima atuou em várias posições, incluindo meio-campo, e teve participações memoráveis nas finais dos Mundiais de 1962 e 1963, além da Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra.
Ao longo de sua passagem pelo Santos, que durou uma década, Lima disputou 692 jogos, marcou 63 gols e conquistou 22 títulos, incluindo Mundiais, Libertadores, e Campeonatos Brasileiros. Ele se despediu do clube em 30 de outubro de 1971, em uma partida contra o Corinthians, onde formou um meio de campo com Clodoaldo.
Após deixar o Santos, Lima teve uma breve passagem pelo futebol mexicano, retornou ao Brasil para jogar no Fluminense e depois se aventurou nos Estados Unidos, encerrando sua carreira na Portuguesa Santista.
Além de suas conquistas como jogador, Lima cultivou amizades significativas, incluindo seu vínculo com Pelé, ao compartilhar um quarto na pensão de Dona Jorgina, onde os jovens atletas do Santos moravam. Ele também contribuiu para o desenvolvimento de novas gerações de jogadores nas categorias de base do Santos, ajudando a revelar talentos como Robinho, Neymar e Rodrygo.
Hoje, Lima, que é parte dos Ídolos Eternos do Santos, reside em Santos, casado com Dona Vera Lúcia Cholby, e é pai de Denys e Marcel. Ele continua a ser uma figura querida e respeitada no mundo do futebol, lembrado por sua versatilidade e dedicação ao esporte.
