
O Santos, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, revelou em seu balanço financeiro de 2024 informações significativas sobre a diferença salarial entre as categorias masculina e feminina. Esse dado é uma rara oportunidade de se observar com clareza a disparidade existente no esporte.
De acordo com o relatório, que abrange o mês de dezembro de 2024, o time masculino estava competindo na Série B do Campeonato Brasileiro, enquanto a equipe feminina havia sido rebaixada para a segunda divisão, mas conquistou a Copa Paulista no mesmo período.
O balanço financeiro detalha os gastos com a folha de pagamento de jogadores profissionais do clube. O Santos contava com 30 jogadores no elenco masculino, e a soma de salários, tributos diretos e direitos de imagem resultou em um total de R$ 7,271 milhões em despesas, o que equivale a uma média de R$ 242 mil por atleta.
Em contrapartida, a equipe feminina, formada por 24 jogadoras, teve um custo total que se manteve em torno de R$ 254 mil, gerando uma remuneração média bastante abaixo da masculina, de apenas R$ 10,5 mil por jogadora. Essa diferença é expressiva: o salário médio de uma jogadora corresponde a apenas 4,3% do que recebe um jogador masculino.
Vale ressaltar que o balanço do Santos não faz distinção entre as receitas obtidas pelo futebol masculino e feminino, o que torna ainda mais desafiador entender a viabilidade financeira de ambas as categorias. Essas informações, embora alarmantes, são essenciais para fomentar a discussão sobre a valorização e a sustentabilidade do futebol feminino no Brasil.
O debate acerca da igualdade salarial é cada vez mais relevante, e esses dados do Santos evidenciam um problema que persiste no cenário esportivo mundial. Ao trazer essas informações ao público, o clube contribui para uma reflexão importante sobre as oportunidades e os recursos dedicados às atletas femininas, que, apesar das dificuldades, continuam a lutar pelo reconhecimento e valorização de seu trabalho no esporte.
Essas revelações podem servir de base para iniciativas que busquem reduzir essa desigualdade e criar um ambiente mais justo para todos os jogadores, independentemente do gênero. Assim, o Santos não apenas apresenta um balanço financeiro, mas também um convite à reflexão sobre como o futebol pode evoluir em direção a maior equidade e respeito.