
Descoberta Surpreendente: Linhagem Humana Isolada Revelada em Saara!
O deserto do Saara, uma das regiões mais áridas do mundo, se estende por uma vasta área no norte da África, abrangendo partes de 11 países e ocupando uma superfície semelhante à da China ou dos Estados Unidos. No entanto, já foi um lugar bem diferente do que conhecemos hoje. Durante um período que se estende de aproximadamente 14.500 a 5.000 anos atrás, essa região era uma savana verdejante, rica em água e vida selvagem.
Pesquisas recentes revelaram informações fascinantes sobre os habitantes dessa época, com base em DNA extraído de ossos de duas mulheres que viveram na antiga savana, na área que hoje corresponde ao sudoeste da Líbia. Esses indivíduos, que viveram cerca de 7.000 anos atrás, pertenciam a uma linhagem humana até então desconhecida, isolada das demais populações do mundo. Os restos dessas mulheres foram encontrados em um abrigo de rochas, onde estavam naturalmente mumificados, tornando-se os mais antigos restos humanos mumificados já documentados.
Os estudos realizados indicam que, na época em que essas mulheres viveram, a região de Takarkori, onde foram encontradas, era um ambiente de savana exuberante, com lagos e caça abundante. A pesquisa revelou que essas pessoas formavam uma linhagem distinta, sem significativa influência genética de populações mais ao sul, na subsaariana, ou de grupos do Oriente Médio e da Europa. Isso sugere que elas viveram de forma isolada, apesar de terem desenvolvido práticas culturais, como a domesticação de animais, que começaram fora da África.
Os achados arqueológicos, como ferramentas de pedra, cerâmica e tecelagem, indicam que essas pessoas eram pastoras e que sua cultura era bem desenvolvida. O DNA analisado sugere que a linhagem de Takarkori se separou de outras populações do norte da África há cerca de 50 mil anos, um período que coincide com a migração de outras linhagens humanas para fora da África em direção à Eurásia.
Estudos mais aprofundados mostram que, com o passar do tempo, houve uma mistura crescente com grupos do Mediterrâneo Oriental, além de migrações significativamente mais tarde da Ibéria e Sicília. Apesar disso, a linhagem de Takarkori permaneceu isolada durante muito mais tempo do que o esperado, mesmo que o Saara só se conseguisse tornar habitável novamente há cerca de 15 mil anos.
Esse isolamento perdurou até o final de um período mais úmido, conhecido como Período Úmido Africano, que levou à transformação do Saara no maior deserto quente do mundo, em torno de 3.000 a.C. Enquanto outros grupos humanos, ao se espalharem da África, se cruzaram com neandertais na Eurásia, as pessoas do Saara verde apresentaram uma quantidade mínima de DNA neandertal, indicando um pouco contato com outras populações.
Embora a população de Takarkori tenha desaparecido há aproximadamente 5.000 anos, os traços de sua ancestralidade ainda podem ser observados em vários grupos do norte da África atualmente. A pesquisa nos oferece uma nova perspectiva sobre a rica e complexa história da região, revelando como as mudanças climáticas impactaram as civilizações e os povos que habitavam o Saara em épocas passadas.
Assim, o estudo da linhagem de Takarkori não apenas expande nosso entendimento sobre a diversidade genética da história humana, como também ilumina a resiliência das culturas ao longo do tempo e suas adaptações em resposta às transformações ambientais.