Declínio da Influência Americana na África: O Aviso de um Líder de Gana!
O presidente de Gana, John Dramani Mahama, expressou preocupações sobre a redução da influência dos Estados Unidos no cenário internacional devido à recente decisão do presidente Donald Trump de encerrar projetos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). Essa agência desempenha um papel crucial na assistência e no desenvolvimento em várias partes do mundo.
Mahama destacou que Gana foi diretamente afetado por esses cortes e precisou reorganizar seu orçamento para manter programas que dependiam desse financiamento. Ele informou que o remanejamento orçamentário totalizou US$ 156 milhões (cerca de R$ 900 milhões) para o ano de 2025, necessário para lidar com a interrupção no financiamento de ajuda externa dos EUA.
Uma das áreas mais impactadas é a saúde, especialmente em projetos de testagem e tratamento de HIV. Na África, a desativação da Usaid comprometeu recursos que eram utilizados para alimentação infantil, fornecimento de medicamentos e assistência humanitária em situações de crise.
Embora a situação seja desafiadora, Mahama vê uma oportunidade para a África trabalhar em direção à autossuficiência, especialmente em questões relacionadas à produção de alimentos. Ele também espera que outras nações fortaleçam seus esforços de mobilização de recursos para compensar a ausência do suporte americano.
Mahama alertou que a decisão dos EUA pode resultar na perda de seu “soft power” global. Ele ressaltou que a assistência fornecida pela Usaid era valorizada por muitos países que a recebiam, o que contribuía para uma imagem positiva dos Estados Unidos no exterior.
Apesar das preocupações sobre o vácuo deixado pela saída da Usaid, Mahama observou que, no contexto atual, a China não tem se posicionado para preencher esse espaço, embora tenha investido em infraestrutura em Gana.
A Usaid tem sido uma das principais alvos da administração Trump, que argumenta que a agência enfrentava questões de corrupção e uso inadequado de recursos. Recentemente, Trump comunicou em uma rede social sua decisão de fechar a agência, afirmando que essa ação era uma resposta à insatisfação com a forma como o dinheiro estava sendo gastos.
Em 2023, a Usaid apoiou iniciativas em 160 países ao redor do mundo e está inserida em um plano de redução de custos da administração americana liderado por Elon Musk, à frente do Departamento de Eficiência Governamental.
À medida que os projetos da Usaid são encerrados, a comunidade internacional observa as possíveis repercussões não apenas para Gana, mas para diversos países que dependem da assistência americana para enfrentar desafios em saúde, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável. A expectativa é que esses desafios possam impulsionar um novo foco de autossuficiência e inovação dentro dos países africanos e além, ao mesmo tempo que testam a capacidade dos EUA de manter sua posição de influência global.
