
De uma Dor no Estômago a um Diagnóstico Surpreendente: A Incrível Jornada que Revelou um Câncer Raro!
Na semana seguinte à endoscopia, recebi o laudo do exame e, com uma sensação de apreensão, falei ao meu pai, que me acompanhava: “Prepare-se, pois temos um grande problema. Estou com câncer.” Ele ficou em dúvida, achando que eu estava exagerando. Na verdade, ainda não tinha o resultado da biópsia, mas quando vi a imagem do tumor, percebi que se tratava de câncer; só não sabia qual tipo.
A espera pelo resultado da biópsia foi angustiante, lasting 10 dias que pareciam uma eternidade. Em dezembro de 2020, veio o diagnóstico: eu tinha um tumor neuroendócrino raro, localizado no duodeno, a primeira parte do intestino logo após o estômago. No início, fiquei sem acreditar que, aos 37 anos, pudesse ter um câncer tão incomum. O termo “tumor neuroendócrino” era algo que eu só conhecia da faculdade. Como a doença havia sido detectada precocemente, pensei que a cirurgia resolveria tudo e que, em breve, minha vida seria a mesma de antes.
Após o diagnóstico, consultei vários oncologistas na minha cidade, Campinas, São Paulo. No entanto, a experiência deles com tumores neuroendócrinos era limitada. Então, decidi procurar uma equipe especializada na capital. Desde então, meu tratamento começou e, ao longo de dois anos, fiz quimioterapia oral, um ciclo de quimioterapia venosa e atualmente estou em tratamento com terapia alvo.
Em 2021, passei por duas cirurgias que resultaram na remoção de parte do estômago, intestino e pâncreas. Isso trouxe complicações na digestão e na absorção de nutrientes. Durante o mesmo ano, recebi a notícia de uma recidiva. O câncer havia feito metástase no fígado e nos linfonodos. No início de 2024, precisei realizar uma segunda cirurgia, na qual foram retirados 14 nódulos do fígado e foram feitas 8 ablações ao todo. Porém, três meses após esse procedimento, novos nódulos surgiram no fígado.
A descoberta da metástase foi um momento marcante e doloroso na minha jornada. Foi como se o chão tivesse se aberto sob meus pés, e compreendi que a cura não era mais uma possibilidade. A sensação de apavoramento tomou conta de mim. Chorei e gritei, passando por um estado emocional que alternava entre a negação e o desespero.
Esse processo me fez viver um luto da minha antiga vida. O diagnóstico e as complicações me obrigaram a repensar muitas coisas. Embora as dificuldades sejam imensas e o caminho difícil, busco encontrar força nas pequenas vitórias do dia a dia. Cada consulta, cada tratamento, cada momento se transforma em uma oportunidade de resiliência e autocuidado. Sigo com o apoio de amigos e familiares, que se tornam essenciais nesse percurso, proporcionando amor e compreensão.
Sei que a luta contra o câncer é um desafio contínuo, mas estou determinada a enfrentar cada obstáculo. Através de toda essa experiência, aprendi a valorizar a vida e a cada dia que passa, me esforço para encontrar esperança e significados nas situações adversas. A jornada pode ser longa e cheia de incertezas, mas sigo em frente, com coragem e fé na possibilidade de dias melhores.