
Crise no Governo Colombiano: Ministros em Conflito em Reunião Decisiva!
Na quarta-feira, 5 de outubro, a Colômbia teve um dia conturbado, com o governo do presidente Gustavo Petro enfrentando sérias crises. A situação se intensificou após uma reunião de gabinete que o próprio presidente decidiu transmitir ao vivo. Durante esse encontro, Petro criticou abertamente seus ministros, o que deixou evidente a falta de coesão no governo. Um dos principais pontos de discórdia foi a recente nomeação de um político envolvido em alegações de corrupção e violência como chefe de gabinete, o que gerou uma onda de insatisfação.
Como resultado dessa crise interna, ao menos três membros do gabinete, cuja influência era limitada, pediram demissão. O ministro do Interior, em uma proposta inusitada, sugeriu que todos os ministros renunciassem para que Petro tivesse a oportunidade de reestruturar seu governo com novos nomes.
Esse momento já tenso ocorre em meio a uma das maiores crises humanitárias que a Colômbia enfrentou nas últimas décadas, com conflitos entre guerrilhas na região de Catatumbo, na fronteira com a Venezuela, resultando em pelo menos 80 mortes e mais de 77 mil pessoas forçadas a deixar suas casas.
Além das questões internas, o governo enfrenta desafios com a relação com os Estados Unidos. A tensão se agravou com as políticas de imigração do governo americano, que, sob a administração anterior, afetaram negativamente a Colômbia. Petro tem mostrado resistência em lidar com o impacto do congelamento de ajuda financeira dos EUA na segurança e desenvolvimento.
Atualmente, a Colômbia é um dos principais destinatários de ajuda da agência americana para o desenvolvimento internacional, recebendo em média mais de US$ 400 milhões por ano. Esses recursos são destinados a apoiar tanto iniciativas governamentais quanto projetos do terceiro setor, inclusive voltados para os imigrantes venezuelanos, que representam 5% da população colombiana. Com a paralisia dos programas devido à moratória temporária na agência, as atividades essenciais foram interrompidas.
Essas crises em cadeia expõem fragilidades no governo de Petro, que é o primeiro presidente de esquerda da Colômbia. Especialistas em política observam que a reunião ao vivo chegou a ser interpretada como uma forma de sátira, mas, na verdade, simbolizou um ponto de ruptura nas dinâmicas da administração.
Desde o início de seu mandato, a falta de coordenação entre os membros do gabinete é considerada um ponto fraco, e há especulações de que poderá ocorrer uma grande mudança ministerial, onde o presidente peça a renúncia de toda a sua equipe.
Durante a reunião, as tensões foram palpáveis, com ministros expressando suas frustrações e algumas lágrimas sendo derramadas. Petro disse que buscou inspiração em Cuba para criar essa transparência na comunicação, embora a realidade das democracias seja diferente da dissidência severamente reprimida em regimes autoritários.
Ministras destacaram suas preocupações sobre a nomeação de Armando Benedetti, que foi seu chefe de campanha e enfrenta investigações sérias. A ministra do Meio Ambiente, por exemplo, expressou que não poderia apoiar as decisões do presidente sob essas condições.
A vice-presidente, por sua vez, também manifestou seu descontentamento em relação à nova chanceler recém-nomeada. Desde o início da administração, muitos sentiram que sua voz não estava sendo suficientemente considerada nas decisões.
Até agora, as desistências já incluem nomes como o ministro da Cultura e outros importantes assessores. A expectativa é que mais membros do governo sigam o mesmo caminho, ampliando a crise face a um cenário já difícil no país.