
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, recebeu críticas sobre a falta de medidas mais rigorosas no combate ao racismo no futebol. Em resposta, Alejandro Domínguez, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), destacou que a CBF já havia se oposto ao aumento das multas aplicadas aos clubes por atos de discriminação.
Domínguez, em um comunicado recentemente enviado a Ednaldo, lembrou que a proposta de alterar o Estatuto e o Código Disciplinar da CBF para intensificar as sanções contra racismo não teve o apoio da própria confederação brasileira. Segundo o código atual, os clubes cujos torcedores pratiquem atos discriminatórios enfrentam uma multa de US$ 100 mil, que pode aumentar para US$ 400 mil em casos de reincidência.
O líder da Conmebol afirmou que as sanções aplicadas pela entidade estão em linha com os mais altos padrões internacionais, observados nas principais ligas e confederações de futebol do mundo. Na última semana, Ednaldo criticou os valores considerados insuficientes para uma punição imposta ao Cerro Porteño, que foi multado em US$ 50 mil e teve jogos com portões fechados em função de gestos racistas de sua torcida durante uma partida contra o Palmeiras na Libertadores Sub-20.
A CBF demonstrou forte discordância em relação à abordagem da Conmebol, considerando as punições inadequadas diante da seriedade dos eventos de racismo no esporte. Ednaldo caracterizou as sanções aplicadas ao Cerro Porteño como ineficazes e insuficientes, especialmente levando em conta a reincidência do clube.
Em um pronunciamento durante o sorteio da fase de grupos da Libertadores, Domínguez também se manifestou contra o racismo, embora tenha se desculpado por uma analogia feita que não foi bem recebida. Ele ressaltou a importância de uma associação significativa entre clubes brasileiros e a Libertadores, utilizando uma metáfora que comparou essa ligação a personagens icônicos.
Recentemente, a CBF e outras federações sul-americanas assinaram uma carta em conjunto contra o racismo, mas a CBF depois se distanciou dessa posição, esclarecendo que a assinatura de Ednaldo havia sido inserida por um membro de seu gabinete, que pensou se tratar de um convite para uma reunião.
Ednaldo reiterou seu compromisso de combater o racismo no esporte, destacando iniciativas como a parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol e a campanha #ComRacismoNãoTemJogo, que já recebeu reconhecimentos internacionais.
Com a reeleição de Ednaldo à frente da CBF, o combate à discriminação continua sendo uma das prioridades, em meio a um debate acalorado sobre a eficácia das punições e a necessidade de ações mais contundentes contra o racismo no futebol.