
O Flamengo fechou um contrato com a Libra, que garantiu ao clube um total de R$ 292 milhões pela participação no Campeonato Brasileiro de 2024. No entanto, a expectativa inicial da Liga era de que o valor se limitasse a R$ 220 milhões, e o clube já estava ciente de que haveria perdas em relação ao contrato anterior.
Quando Luiz Eduardo Baptista assumiu a presidência, ele mandou revisar a forma como as receitas eram divididas entre os clubes. Essa análise revelou que o critério de divisão baseado na audiência era, de fato, desfavorável ao Flamengo. A Libra possui um montante total de R$ 1,17 bilhão, além de R$ 200 milhões provenientes do pay-per-view (ppv). Esse valor total é distribuído da seguinte forma: 40% é dividido igualmente entre todos os clubes, 30% é baseado na posição final no campeonato e os 30% restantes dependem da audiência.
De acordo com a análise feita pela equipe do Flamengo, o clube teria direito a apenas 11% da fatia da audiência, o que se deve à menor quantidade de jogos transmitidos na TV aberta e fechada, uma estratégia adotada pela Globo. Isso resultaria em uma cota total de aproximadamente R$ 160 milhões para o Flamengo, o que representa uma queda significativa de R$ 130 milhões.
Diante dessa situação, o clube está buscando mudanças nas regras de distribuição e até considera a possibilidade de se retirar da Libra. A Liga, por sua vez, apresentou propostas que envolvem quatro critérios diferentes de divisão. Em duas delas, o Flamengo estima que sua participação na arrecadação da audiência poderia aumentar para 22%, elevando sua receita total para cerca de R$ 200 milhões.
Ainda assim, a meta do Flamengo é que seja adotado um modelo que considere a arrecadação do pay-per-view, onde o clube teria direito a 22% do total, podendo alcançar até 37% dentro da Libra. Caso esse critério seja aceito, a expectativa é que a cota do Flamengo chegue a R$ 250 milhões.
Essas negociações destacam a importância da televisão e da audiência na geração de receita para os clubes de futebol e mostram como o Flamengo busca garantir um retorno financeiro mais justo e equilibrado em relação à sua visibilidade e desempenho no campeonato. A posição do clube e suas possibilidades de negociação refletem a dinâmica desafiadora do futebol brasileiro e a busca por soluções que beneficiem todas as partes envolvidas.