
CEO do BRB Anuncia Descarte de Ativos Polêmicos: O que Isso Significa para o Futuro?
O Banco Master, que passou por uma reestruturação e mudou de nome em 2021, está em processo de negociação com o BRB (Banco de Brasília). Paulo Henrique Costa, CEO do Banco Master, confirmou que alguns ativos considerados “polêmicos”, como precatórios e ações de empresas não financeiras, não serão incluídos nessa transação.
De acordo com o CEO, esses ativos específicos, que incluem precatórios e direitos creditórios oriundos de ações judiciais, serão removidos antes da finalização da operação com o BRB. Ele enfatizou: “Todos estes ativos que estão em discussão com a CVM não farão parte do escopo da operação com o BRB.”
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), entre outros títulos emitidos pelo Banco Master, permanecerão na operação e não devem sofrer impactos, conforme apontaram especialistas do setor.
A rápida expansão do Banco Master, anteriormente conhecido como Banco Máxima, gerou questionamentos no mercado. O crescimento acelerado foi sustentado por ativos de risco, com captações por meio de CDBs que ofereciam taxas de juros significativamente altas, chegando até 130% do CDI. Essa característica contrasta com muitos bancos de médio porte, que normalmente têm suas carteiras compostas, em sua maioria, por empréstimos ao varejo ou atacado.
A composição da carteira do Banco Master revela que cerca de 34% dos ativos estão ligados a títulos e créditos a receber, muitos dos quais são precatórios e direitos de crédito devidos principalmente pelo governo federal. Esses ativos são considerados de alto risco devido à sua imprevisibilidade.
Recentemente, o modelo de negócios do Banco Master foi questionado, principalmente devido à concentração em bancos e às novas regras do Fundo Garantidor de Crédito, o que trouxe maior escrutínio das autoridades financeiras. Assim, a transação com o BRB surgiu como uma maneira de fortalecer a posição do banco no mercado.
O BRB está se preparando para adquirir 58% do Banco Master por um preço correspondente a 75% do patrimônio líquido da instituição. Com base no último balanço semestral disponível, divulgado em julho do ano passado, o valor estimado para essa transação é de aproximadamente R$ 2 bilhões.
Essa movimentação no setor bancário ilustra as dinâmicas e desafios enfrentados pelas instituições financeiras, especialmente em um ambiente marcado por regulações rigorosas e pela necessidade de adaptação a novas realidades de mercado. A operação com o BRB pode representar uma oportunidade para o Banco Master reestruturar seus ativos e fortalecer sua base financeira, ao mesmo tempo em que atende às expectativas de supervisão e segurança do setor.