Brasil Rompe Protocolos: Embaixadora em Missão Surpresa na Posse de Maduro!
Na última sexta-feira, 10 de janeiro de 2025, a embaixadora do Brasil na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, participou da posse de Nicolás Maduro para o seu terceiro mandato de seis anos. Apesar da presença da embaixadora, o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, não reconheceu formalmente a vitória de Maduro nas eleições de julho, que foram amplamente contestadas pela oposição como fraudulentas.
Desde a divulgação dos resultados eleitorais, em julho, o governo Lula expressou suas reservas sobre a legitimidade do processo. Em agosto, Lula mencionou que Maduro deveria fornecer explicações à sociedade brasileira e à comunidade internacional sobre as eleições, que, segundo o Itamaraty, exigiam a apresentação das atas eleitorais para validação. Embora Caracas tenha se comprometido a apresentar os documentos, posteriormente recuou.
Essa situação gerou um certo desconforto diplomático para o Brasil, que buscava se posicionar como um mediador na crise venezuelana. As relações entre os dois países esfriaram, assim como a interação entre Lula e Maduro. O presidente venezuelano expressou descontentamento após o Brasil vetar a entrada da Venezuela no grupo BRICS, considerando essa decisão uma “agressão” e afirmando que o governo Lula mantinha características do governo anterior.
A escolha de enviar uma embaixadora e não um representante de nível mais alto à posse de Maduro indica que o Brasil continua insatisfeito com a falta de transparência nas eleições venezuelanas. A participação da embaixadora, no entanto, foi mantida, mesmo após uma avaliação do governo brasileiro em relação a incidentes de repressão política na Venezuela, como a prisão da opositora María Corina Machado.
Durante a cerimônia, realizada na Assembleia Nacional em Caracas, Maduro fez promessas de paz, prosperidade e democracia, afirmando que o seu novo mandato será um período de resistência diante do imperialismo. No entanto, a situação na Venezuela sob o governo Maduro é marcada por severas restrições à liberdade de imprensa e repressão a críticos do regime. Organizações internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Human Rights Watch têm denunciado abusos e a falta de condições democráticas no país.
As eleições de 28 de julho de 2024 foram contestadas por figuras da oposição e pela comunidade internacional. María Corina Machado, uma das principais líderes opositoras, teve sua capacidade de concorrer a cargos públicos embargada por 15 anos, decisão confirmada pelo Tribunal Supremo de Justiça venezuelano.
Apesar das críticas e da ausência de reconhecimento formal das eleições por parte do Brasil, o governo Lula não adotou uma postura tão rigorosa quanto a de outros países que acusam o processo eleitoral de ser fraudulento, como Estados Unidos e vários países da América Latina. Enquanto isso, Nicolás Maduro continua a insistir que sua administração é uma democracia que realiza eleições regulares.
O futuro da política venezuelana e suas relações internacionais permanece incerto, enquanto os desafios internos e as demandas por uma maior transparência continuam a ser um tema relevante no debate político local e internacional.