
Bolsonaristas Clamam por Anistia aos Golpistas de 8 de Janeiro com Batons e Fé!
Neste domingo, 6 de agosto, a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação organizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O evento, que reuniu bolsonaristas, tinha como principal reivindicação a anistia para os envolvidos em ações violentas ocorridas em 8 de janeiro de 2023. Embora o ato tenha contado com um número significativo de participantes, ele foi menor do que as grandes mobilizações da extrema-direita em São Paulo nos últimos anos.
Os apoiadores de Bolsonaro levaram itens simbólicos, como batons — tanto versões normais quanto grandes réplicas. Essa escolha estava ligada ao caso de uma cabeleireira que chamou atenção ao pichar a estátua “A Justiça”, no Supremo Tribunal Federal (STF), com a frase “perdeu, mané”. A referida cabeleireira, que foi condenada, agora se encontra em prisão domiciliar.
Durante o ato, Bolsonaro destacou a importância do caso dessa cabeleireira na luta por justiça, enfatizando que muitos brasileiros reconhecem as “injustiças” e buscam a ajuda do Legislativo para corrigir o que consideram erros. Ele aparentemente desconsiderou uma pesquisa que indicava que a maioria da população opõe-se à anistia para os golpistas de janeiro.
Além das questões relacionadas ao caso da cabeleireira, Bolsonaro reitera sua narrativa de ser alvo de perseguições, especialmente em relação ao Tribunal Superior Eleitoral, que, segundo ele, trabalhou para que jovens se registrassem para votar em 2022. O ex-presidente usou o palco para criticar seu sucessor, acusando-o de se aliar a criminosos e afirmando que, se tivesse permanecido no Brasil após deixar o cargo, provavelmente teria enfrentado processos ou até mesmo, segundo ele, teria sido assassinado.
A manifestação teve um caráter religioso, com um forte apoio de líderes evangélicos, incluindo o pastor Silas Malafaia, e momentos de oração que marcaram toda a programação. O deputado federal Sóstenes Cavalcante destacou a união da direita e anunciou que já acumulava um número significativo de assinaturas de apoiadores de um projeto de lei visando a anistia.
Outros parlamentares presentes também reforçaram o tom beligerante do evento, especialmente contra ministros do STF, como Alexandre de Moraes, e reafirmaram seu apoio a Bolsonaro. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também compareceu, expressando sua solidariedade aos manifestantes e prometendo trabalhar pela anistia.
Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, participou ativamente do ato, incentivando os presentes a não desistirem das suas reivindicações e afirmando que Bolsonaro foi escolhido por Deus para liderar o Brasil.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mencionou a relevância histórica da anistia no Brasil e fez apelos emocionais em defesa dos manifestantes, tentando legitimar suas ações com um histórico de lutas pela justiça social.
Este ato na Avenida Paulista reflete a persistência dos apoiadores de Bolsonaro em suas demandas, além de evidenciar a polarização política que continua a dominar o cenário nacional. A anistia para os envolvidos na crise de 8 de janeiro permanece um tema controverso e divisivo, com uma clara clivagem entre os que defendem a liberdade para esses indivíduos e aqueles que buscam responsabilizá-los por suas ações. O desfecho desse debate ainda está em aberto e pode impactar futuras decisões políticas e sociais no país.