
Banco do Brasil Surpreende com Lucro de R$ 9,6 Bilhões no 4T24 e Supera Expectativas!
O Banco do Brasil (BB) encerrou o quarto trimestre de 2024 com um lucro líquido ajustado de R$ 9,6 bilhões, representando uma alta de 1,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Este resultado superou as expectativas do mercado, que previa um lucro de R$ 9,2 bilhões. No acumulado do ano, a instituição estatal obteve um lucro total de R$ 37,9 bilhões, um aumento de 6,6% em relação a 2023.
Esse desempenho positivo foi impulsionado pelo crescimento da margem financeira bruta, das receitas de serviços e pela disciplina no controle das despesas administrativas, que permaneceram abaixo do índice inflacionário. Contudo, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) apresentou uma queda, situando-se em 20,8%, em comparação aos 22,5% do ano anterior. Apesar dessa redução, o Banco do Brasil ainda se destacou no contexto bancário, ocupando o segundo lugar em ROE, atrás do Itaú, que fechou o período com um retorno de 22%. O Santander e o Bradesco seguiram em posições inferiores, com ROE de 17,3% e 13%, respectivamente.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, destacou a importância da estratégia adotada e a execução cuidadosa que permitiu que a instituição cumprisse suas metas por dois anos consecutivos. Ela enfatizou a força do equilíbrio nas diferentes carteiras de crédito do banco, um diferencial no setor.
Inadimplência e Despesas
Um dos pontos que merece atenção é o índice de inadimplência, que atingiu 3,32% no final de dezembro de 2024. Esse número sofreu influência particularmente do segmento agro, que enfrentou dificuldades desde o segundo trimestre. O índice de inadimplência no setor agropecuário aumentou 48 pontos-base no último trimestre, refletindo desafios no fluxo de caixa dos produtores. Contrapõe-se a isso a provisão para créditos de liquidação duvidosa, que caiu 7,2%, somando R$ 9,26 bilhões. Mesmo assim, a despesa com provisões acumulou um aumento de 16,9% em 2024 em comparação ao ano anterior.
As despesas administrativas totalizaram R$ 9,5 bilhões, com um crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior, impulsionadas por um aumento de 3,4% nas despesas com pessoal, parcialmente compensado por uma redução de 2,3% em outras despesas.
Desempenho Financeiro
A margem financeira bruta cresceu 3,6% ano a ano, alcançando R$ 26,8 bilhões. Isso foi moldado por um aumento de 5,6% nas receitas financeiras, com destaque para operações de crédito e tesouraria, e um crescimento de 8,3% nas despesas financeiras, devido a um acréscimo nas despesas de captação. As receitas com prestação de serviços atingiram R$ 9,2 bilhões, uma elevação de 1,1% em relação ao trimestre anterior, impulsionadas por operações de crédito e garantias, que cresceram 36,3%, e pelos rendimentos do mercado de capitais, que aumentaram 88,8%.
A carteira de crédito ampliada do BB registrou um saldo de R$ 1,3 trilhão em dezembro de 2024, mostrando um crescimento de 15,3% em um ano. A carteira de crédito para pessoas físicas teve um aumento de 2,4% no trimestre e 7,3% ao longo de 12 meses, totalizando R$ 336 bilhões, enquanto a carteira de agronegócio atingiu R$ 397,7 bilhões, com um crescimento de 2,9% no trimestre e 11,9% no ano.
Projeções Futuras
Para 2025, o Banco do Brasil previu uma desaceleração no crescimento do crédito, estimando uma alta entre 5,5% e 9,5%. Em relação ao lucro, a expectativa é de um aumento, prevendo-se atingir R$ 41 bilhões. Além disso, é esperada uma perda máxima de até R$ 42 bilhões.
Em resumo, o Banco do Brasil apresentou resultados positivos em 2024, apesar de alguns desafios, principalmente relacionados à inadimplência em setores específicos. As projeções para o próximo ano indicam cautela e otimismo, com uma expectativa de crescimento moderado.