
Dólar despenca! Queda de quase 3% leva a moeda a R$ 5,75 após reviravolta de Trump nas tarifas!
Na última quarta-feira, o dólar apresentou uma queda significativa de 2,71%, fechando a R$ 5,755. Essa foi a maior desvalorização da moeda em um único dia desde outubro de 2022. O movimento refletiu o clima de incerteza dos investidores em relação às recentes ações do governo dos Estados Unidos, especialmente relacionadas a tarifas comerciais, o que não afetou apenas a moeda brasileira, mas também resultou em uma desvalorização geral do dólar frente a outras importantes moedas globais.
Em termos numéricos, a moeda americana caiu em relação a 28 das 31 principais divisas do mundo. O índice DXY, que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, também registrou uma queda de 1,34% no final da tarde. Já no Brasil, o índice Ibovespa, que representa a principal bolsa de valores, conseguiu se valorizar, encerrando o dia com uma alta de 0,20%, atingindo 123.047 pontos.
O especialista em câmbio de uma conhecida instituição financeira destacou que a suspensão temporária das tarifas de importação sobre veículos do Canadá e do México foi um fator crucial para a queda do dólar no Brasil. Anteriormente, o sentimento negativo foi alimentado pela imposição de tarifas de 25% sobre as importações desses países, o que gerou quedas nas ações de montadoras.
Na terça-feira, o presidente americano havia tomado medidas que impuseram tarifas adicionais a produtos chineses e de países vizinhos, o que, à primeira vista, parecia intensificar os conflitos comerciais. No entanto, a administração americana anunciou uma isenção temporária para veículos importados do México e do Canadá por um mês, o que surpreendeu o mercado e melhorou o clima nas bolsas.
Embora essa decisão tenha contribuído para uma melhora momentânea no humor do mercado, observa-se que essa não é a primeira vez que o governo americano revê suas posturas. Nos últimos meses, o presidente já havia adiado tarifas e mostrado uma abordagem flexível em relação a algumas importações.
Os analistas do mercado financeiro interpretam esses episódios como uma tentativa do governo americano de usar as tarifas como uma forma de negociação com outros países. Contudo, essa estratégia pode estar gerando uma perda de credibilidade, especialmente com a recente concessão de prazos e exceções.
No que diz respeito ao desempenho do Ibovespa, a alta no índice foi acompanhada por uma liquidez mais baixa, que se deve ao feriado de Carnaval, quando não houve negocições. O índice foi influenciado positivamente pela queda das taxas de juros futuros, possibilitando um ambiente favorável para o mercado. A expectativa de que o Brasil não será diretamente impactado pelas tarifas americanas também aliviou os investidores.
Entre as ações que se destacaram, a mineradora Vale subiu 0,80%, mesmo diante da queda das cotações do minério de ferro na bolsa chinesa. Entretanto, nem todas as empresas conseguiram se beneficiar dessa configuração, com as ações da Petrobras enfrentando perdas expressivas devido à queda nos preços do petróleo.
Apesar da recuperação momentânea dos mercados, permanece um cenário de incertezas. A manutenção das tarifas sobre outros produtos e as tensões decorrentes das retaliações entre os países, incluindo a China e o Canadá, indicam que o ambiente econômico global deve continuar volátil.
Os governos dos países afetados pelas tarifas americanas já começaram a anunciar medidas de retaliação, acirrando ainda mais a disputa comercial. A China, por exemplo, anunciou tarifas sobre produtos americanos como soja e carne bovina, enquanto o Canadá implementou taxações recíprocas sobre produtos dos EUA. O México também se prepara para responder, demonstrando que os desdobramentos dessa guerra comercial ainda estão longe de um desfecho.
Em resumo, enquanto o mercado financeiro experimenta momentos de otimismo, a volatilidade associada às tarifas comerciais e a sabedoria do governo dos EUA em suas negociações seguirão influenciando a confiança dos investidores. A cautela é necessária, pois as promessas e as ações em relação às tarifas podem mudar rapidamente, impactando tanto o dólar quanto as bolsas de valores ao redor do mundo.