EUA Hesitam em Chamar Rússia de ‘Agressora’: G7 em impasse sobre declaração sobre a Guerra na Ucrânia!

Os Estados Unidos estão enfrentando resistência em relação ao uso do termo “agressor” para se referir à Rússia em uma declaração que o Grupo dos 7 (G7) está elaborando para marcar o terceiro ano da invasão russa à Ucrânia. Quatro altos funcionários de países envolvidos nas discussões confirmaram que a posição americana surge após declarações recentes do ex-presidente Donald Trump, que culpou a Ucrânia pela guerra.

O primeiro rascunho da declaração foi elaborado pelo Canadá, que atualmente preside o G7. Essa versão original reconhecia claramente a posição da Ucrânia, refletindo o apoio que o grupo tem demonstrado ao país desde o início do conflito em fevereiro de 2022. No entanto, autoridades dos EUA analisaram essa versão e alteraram o texto para eliminar qualquer referência que pudesse ser interpretada como pró-Ucrânia. O resultado foi um rascunho neutro, sem identificar a Rússia como agressora nem a Ucrânia como vítima.

Os diplomatas do G7 continuam a trabalhar na linguagem da declaração. Embora o rascunho atual mencione a “guerra devastadora que começou com a invasão da Ucrânia pela Rússia”, ele não utiliza expressões como “agressão russa”. Isso marca uma mudança em relação às declarações anteriores do grupo, que sempre condenaram a invasão de maneira mais articulada.

As objeções dos EUA sobre a terminologia a ser utilizada na declaração surgem em um contexto delicado, onde o governo Biden está tentando equilibrar suas relações no cenário internacional e um discurso interno que também faz frente a diferentes visões sobre o conflito. As discussões continuarão até que a declaração final seja publicada, provavelmente em uma reunião virtual entre os líderes do G7.

A atmosfera em torno das negociações permaneceu tensa, especialmente após a troca de críticas entre líderes internacionais e Trump, que insinuou que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky teria comportamentos ditatoriais. Isso adiciona uma camada de complexidade ao diálogo sobre como lidar com a situação na Ucrânia. Os EUA enfatizam a importância de uma abordagem que não mina as atuais negociações de paz com a Rússia, apontando para a necessidade de diplomacia ao mesmo tempo em que buscam soluções para o conflito.

Embora a construção da declaração ainda esteja em andamento, ela reflete não apenas as dinâmicas internas dos membros do G7, mas também a necessidade de uma declaração que seja aceita por todos os países envolvidos. O foco parece estar em encontrar um equilíbrio entre apoiar a Ucrânia e, ao mesmo tempo, não cerrar portas para potenciais diálogos futuros com a Rússia.

Ministros de Relações Exteriores do G7 têm uma reunião agendada para março, onde discussões adicionais sobre a questão da Ucrânia e outras prioridades do grupo estarão em pauta. A próxima cúpula de líderes está prevista para ocorrer em junho na Alberta, Canadá. A condução das reuniões e o resultado das discussões atuais poderão impactar significativamente as relações internacionais e a abordagem coletiva do G7 em relação a crises mundiais. O cuidado com a linguagem a ser utilizada nas declarações reflete a crescente complexidade do cenário geopolítico atual, onde alinhar interesses e opiniões se tornou um desafio.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Back To Top