Reformas Polêmicas de Trump: Como Elas Desencadearam uma Crise Financeira e Massivas Demissões!
A recente reestruturação da assistência externa dos Estados Unidos, promovida pelo governo de Donald Trump, provocou um grande tumulto no setor de ajuda internacional e desenvolvimento. Essa mudança impactou numerosas empresas contratadas para fornecer serviços ao governo federal, levando muitas delas a enfrentar crises financeiras severas, com demissões em massa e contas não pagas.
Logo após assumir a presidência, em 20 de janeiro, Trump determinou uma ampla revisão do sistema de ajuda externa do país e nomeou Elon Musk para liderar essa tarefa, especialmente em relação à Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid). Musk lançou críticas contundentes à agência, a qual chamou de “organização criminosa”, embora não tenha apresentado evidências concretas para suas alegações.
Essa situação se agravou com o afastamento de vários funcionários da Usaid, que se recusaram a permitir acesso a sistemas internos da agência por parte de colaboradores do novo Departamento de Eficiência Governamental, sob a liderança de Musk. Como resultado, muitos trabalhadores da Usaid foram colocados em licença e centenas de contratos foram encerrados, desestabilizando o principal braço humanitário dos EUA, que historicamente fornece bilhões em ajuda ao redor do mundo.
As ordens de suspensão de atividades emitidas pelo Departamento de Estado geraram pânico na indústria de ajuda, tanto nacional quanto internacionalmente. Isso porque os contratados frequentemente arcam com os custos iniciais de projetos e esperam reembolso do governo. Recentemente, funcionários da Usaid e contratados reuniram-se em protesto diante da sede da agência em Washington devido à ordem de fechamento temporário do prédio.
Em 2023, os Estados Unidos destinaram cerca de 72 bilhões de dólares em ajuda ao redor do mundo, abrangendo iniciativas que vão desde saúde feminina em zonas de conflito até acesso a água potável e tratamentos de HIV. A assistência americana representou 42% do total da ajuda humanitária registrada pelas Nações Unidas.
A situação se tornou crítica para muitos contratados da Usaid, como Steve Schmida, que atua em áreas como inovação e comércio. Ele destacou o impacto devastador das recentes decisões governamentais: “Tínhamos milhões em faturas a serem pagas, todas aprovadas pelos nossos clientes no governo. Isso se tornou uma séria ameaça ao nosso negócio”, afirmou. Com a previsão de perda de 90% da receita, a empresa de Schmida teve que demitir ou colocar em licença remunerada muitos de seus funcionários.
Funcionários da Usaid manifestaram surpresa com a rapidez das demissões, especialmente considerando que ocorreram logo antes do vencimento de benefícios e seguros de saúde. Rose Zulliger, ex-assessora técnica da Usaid em iniciativas de combate à malária, foi uma delas. Depois de ser demitida e ter seus benefícios expirados, ela teve que encontrar rapidamente um novo plano de saúde para sua filha, que tinha um procedimento médico agendado.
Outros, como Esther Zeledon e seu marido, também enfrentam dificuldades financeiras severas, com perda significativa de sua renda devido aos novos decretos. Eles agora consideram a possibilidade de se mudar para casa dos pais e retirar dinheiro da aposentadoria para cobrir despesas.
Os fundos destinados à Usaid, que representam menos de 1% do orçamento federal total, desempenham um papel essencial na construção de alianças internacionais e no fortalecimento da diplomacia americana, desafiando a influência de adversários como China e Rússia. A atual situação representa um ponto de inflexão crítico que pode afetar não apenas os trabalhadores e contratados da assistência externa, mas também a imagem e a eficácia da ajuda dos EUA em escala global.
O descontentamento gerado por essas mudanças reflete a preocupação de que, enquanto o governo implementa novas diretrizes, a saúde global e as iniciativas humanitárias podem sofrer consequências graves, interrompendo relações construídas ao longo de anos que são vitais para a influência americana no cenário internacional.