Desafio nas Prefeituras de Minas: Novos Líderes Enfrentam Dívidas e Cofres Vazios!

Prefeitos que assumiram recentemente suas funções em Minas Gerais têm enfrentado sérios desafios devido à falta de recursos financeiros, resultado de gestões anteriores. Essa situação tem impedido o pagamento de salários de servidores, a manutenção de serviços essenciais, como a coleta de lixo e a saúde, e o cumprimento de obrigações com fornecedores.

Conversas com novos prefeitos de várias regiões revelam que a transição de governo é marcada por dificuldades financeiras e falta de transparência nas administrações anteriores. Em Itapecerica, por exemplo, o prefeito Gleytinho informou que encontrou o caixa praticamente vazio, sem recursos disponíveis para pagamento. Ele relatou a existência de dívidas significativas em relação a contratos estabelecidos desde novembro do ano passado, incluindo obrigações com serviços essenciais.

Um dos problemas destacados foi a redução do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que caiu de R$ 1,2 milhão para R$ 480 mil. Fora isso, Gleytinho estima que sua gestão herda uma dívida total em torno de R$ 4,5 milhões, além de compromissos com precatórios e questões do INSS. Apesar da situação, ele tem conseguido manter os salários dos servidores em dia, mas outros pagamentos permanecem pendentes.

O ex-prefeito de Itapecerica, Wirley Reis, afirmou que deixou cerca de R$ 10 milhões em caixa, o que deveria ter garantido a continuidade dos serviços. Ele ressaltou que representantes da nova gestão participaram ativamente da transição, recebendo todas as informações necessárias.

Em Alvinópolis, a situação não é diferente. O novo prefeito, Lindouro, relatou que não teve acesso às contas bancárias e encontrou a prefeitura sem recursos para pagar salários. Ele criticou a administração anterior pela falta de pagamento a cerca de 500 servidores e mencionou a desorganização encontrada na Secretaria de Obras, com equipamentos escassos.

No município de Juatuba, o prefeito Ted Saliba descreveu a situação como um “caos”, com salários de servidores em atraso e dívidas acumuladas com fornecedores. Ele afirmou que a gestão anterior priorizou o pagamento de seus próprios salários, deixando a saúde pública em crise, sem insumos básicos.

Por outro lado, em Ibirité, o prefeito Dinis Pinheiro declarou que a cidade enfrenta sua pior crise financeira. Ele relatou que o ex-prefeito não deixou recursos disponíveis e acumulou uma dívida de R$ 15 milhões com os servidores. Dinis se comprometeu a reunir todos os recursos disponíveis para começar a pagamento prioritário dos servidores que ganham menos.

O presidente de uma associação municipal em Minas Gerais alertou os novos prefeitos sobre os desafios financeiros deste ano, especialmente com a instabilidade econômica e a redução do FPM. A orientação é que ajam com cautela nos gastos e priorizem a organização das contas.

Além disso, o aumento da inflação e o aumento do salário mínimo trazem ainda mais complexidade à situação. A maioria dos municípios depende fortemente de receitas vinculadas, como o FPM e o ICMS, e qualquer queda nessas fontes pode agravar ainda mais a crise financeira.

Em resumo, a combinação de escassez de recursos e a necessidade urgente de atender as demandas básicas de suas comunidades impõe grandes desafios aos prefeitos recém-empossados em Minas Gerais, que buscam encontrar soluções para a grave crise que enfrentam.

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