Cade Diz ‘Sim’ à Festa da MSC em Miami: O Que Pode Vir a Seguir na Negociação de Compra?

Um recente desdobramento no âmbito do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) envolve o presidente da instituição, Alexandre Cordeiro, e o superintendente-geral, Alexandre Barreto. Ambos estão no centro de discussões acerca de uma viagem aos Estados Unidos, que coincidirá com a inauguração de um terminal de cruzeiros da MSC em Miami, um evento que também corresponde à análise de um grande negócio envolvendo o grupo.

De acordo com Barreto, não houve qualquer irregularidade na participação dos representantes do Cade na viagem. Ele afirmou que já estaria fora do Brasil para participar de um importante evento antitruste, ressaltando que um conflito de interesse só ocorreria se houvesse algum tipo de vantagem envolvida na viagem. Em suas palavras, ele não recebeu quaisquer benefícios relacionados à passagem, hotel ou outras despesas durante o evento.

Consta que, em fevereiro deste ano, a família Aponte-Vago, responsável pelo grupo MSC, enviou um convite a Cordeiro para a inauguração do terminal de cruzeiros em Miami. Posteriormente, no dia 21 de fevereiro, o presidente do Cade formalizou um pedido de afastamento de suas funções, que ocorre entre os dias 26 de março e 6 de abril, para participar de três eventos nos Estados Unidos, incluindo uma palestra na Universidade Georgetown, o 73º Congresso Antitruste em Washington e a inauguração do terminal em Miami.

A documentação indica que, em 24 de fevereiro, Cordeiro autorizou formalmente a sua própria viagem, uma decisão que está dentro das atribuições do cargo que ocupa.

Adicionalmente, está programada a presença de Barreto nos dois primeiros eventos internacionais em Boston e Washington, sendo sua participação na inauguração do terminal em Miami, marcada para o dia 14 de março de 2025, particularmente notável, considerando que esta é a mesma data em que está previsto a aprovação de um negócio bilionário para a MSC.

Barreto comentou que seu voo já tinha uma escala programada em Miami e, ao decidir participar da inauguração, optou por dar transparência à sua presença no evento.

O caso levanta questões sobre a ética em viagens de autoridades e a percepção de conflitos de interesse na relação entre reguladores e empresas do setor. A transparência nas ações é fundamental para manter a integridade das instituições e promover a confiança do público nas decisões que afetam o mercado.

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