Le Pen Declara que Vai Buscar Inspiração em Luther King Após Condenação!

Neste domingo, Marine Le Pen, figura proeminente da extrema-direita na França, fez um discurso em Paris onde se inspirou em Martin Luther King Jr., o icônico defensor dos direitos civis nos Estados Unidos, para abordar sua recente condição de inabilitação política por cinco anos. Essa sanção surgiu após uma condenação por desvio de fundos do Parlamento Europeu, resultando em sua proibição de concorrer a cargos públicos imediatamente. Essa medida ainda cabe recurso nos tribunais.

Se não conseguir reverter a decisão, Le Pen ficará de fora das eleições de 2027, o que representaria um retrocesso significativo em sua carreira, especialmente em um momento em que ela tem buscado melhorar sua imagem desde a derrota em 2017 para Emmanuel Macron, o atual presidente.

Durante seu discurso, Le Pen destacou que sua luta é uma defesa dos direitos civis, afirmando que existem “várias categorias de cidadãos na França”. Ela se dirigiu a milhares de apoiadores, que se reuniram na Praça Vauban com bandeiras francesas, clamando seu nome. Em sua fala, fez uma comparação clara ao enfatizar que seu modelo de resistência é pacífico, seguindo o exemplo de Luther King, que lutou contra a opressão nos Estados Unidos.

Le Pen classificou a condenação que sofreu como uma “caça às bruxas”, ecoando uma frase frequentemente associada a outros contextos políticos. Entre os manifestantes, havia um grande apoio, com estimativas de cerca de 15 mil pessoas participando do protesto, embora a polícia não tenha divulgado números oficiais sobre a quantidade de presentes.

Entre os apoiadores, muitos expressaram descontentamento com a decisão judicial. Uma aposentada presente no ato falou sobre sua oposição à “decisão ridícula” contra Le Pen, enquanto uma estudante de ciência política questionou a imparcialidade do julgamento. Durante o evento, Le Pen prometeu fazer uso de todas as opções legais disponíveis para garantir sua participação nas próximas eleições.

Uma pesquisa divulgada recentemente revelou que, mesmo após a condenação, Le Pen permanece como uma das favoritas para o primeiro turno da eleição presidencial de 2027, com índices de apoio que variam de 32% a 36%. Ela está à frente de outros candidatos, como o ex-primeiro-ministro Edouard Philippe.

Entretanto, os ataques de Le Pen e seus aliados à Justiça parecem não ter encontrado ressonância significativa na opinião pública. Uma pesquisa indicou que 65% dos entrevistados ficaram surpresos com o veredito, e 54% acreditaram que Le Pen foi tratada de maneira justa, como qualquer outro réu. Em resposta, manifestações contrárias ocorreram em várias partes do país, buscando contestar suas declarações sobre o sistema judicial.

Em oposição, figuras associadas ao governo, como o atual primeiro-ministro, destacaram o compromisso com a moralidade na política, afirmando que aqueles que cometem crimes devem arcar com suas consequências. Em uma manifestação organizada por um partido administração, os líderes criticaram os ataques da extrema-direita às instituições, ressaltando a importância de proteger a democracia e o estado de direito.

Enquanto isso, outros partidos políticos também expressaram preocupação acerca da ascensão da ultradireita. Durante uma manifestação à Place de la République, líderes de partidos de esquerda e ambientalistas alertaram sobre os riscos que a extremidade política pode representar para a democracia e o bem-estar das instituições.

A situação continua a ser uma importante narrativa no cenário político francês, com a possibilidade de Le Pen redistribuir sua estratégia política na busca pelo apoio popular e na tentativa de contestar sua inabilitação nas cortes. O desenrolar dos eventos nas próximas semanas poderá moldar significativamente o futuro da política no país, principalmente com as eleições de 2027 se aproximando.