Greve dos Ferroviários nas Linhas 11, 12 e 13 da CPTM é Suspensa: O Que Isso Significa para os Passageiros?
Funcionários das companhias de trens metropolitanos de São Paulo decidiram cancelar a greve que estava programada para começar à meia-noite de quarta-feira, 26. A decisão foi tomada após uma proposta de entendimento apresentada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), que foi aceita pelos trabalhadores durante uma assembleia.
Com essa suspensão, as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade devem operar normalmente. O TRT-2 informou que a proposta apresentada substitui a greve prevista, que visava protestar contra o governo estadual e o projeto de privatização das referidas linhas. Em vez de uma paralisação total, foi sugerido que os trabalhadores realizem assembleias contínuas nas estações para conscientizar os passageiros sobre os possíveis impactos da concessão das linhas à iniciativa privada, o que pode afetar os postos de trabalho.
A proposta inclui um período de “cláusula de paz”, que se estende da meia-noite desta quarta-feira até a meia-noite da próxima sexta-feira, 28. Durante esse tempo, os trabalhadores devem comparecer normalmente aos seus postos de trabalho. O sindicato sugeriu que, durante esse período, os trabalhadores usem vestimentas pretas como forma de protesto, e essa proposta foi aceita pela empresa.
O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo confirmou a suspensão da greve e as razões que levaram a essa decisão. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) não se manifestou públicamente sobre a situação, mas durante a audiência que ocorreu para cancelar a greve, comprometeu-se a ativar o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) e a disponibilizar trabalhadores administrativos para dar suporte nas estações, além de remanejar as linhas 7-Rubi e 10-Turquesa para o transporte de passageiros.
Uma nova comissão será criada envolvendo representantes do sindicato, da empresa e do governo do Estado de São Paulo. Essa comissão terá a incumbência de se reunir após uma nova audiência com a Justiça do Trabalho. Ela contará também com a participação de representantes do Sindicato dos Engenheiros.
Na próxima semana, o governo de São Paulo planeja realizar o leilão das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da CPTM, com investimentos previstos em torno de 14,3 bilhões de reais para um período de concessão de 25 anos. Contudo, os trabalhadores expressam preocupação com a falta de diálogo por parte do governo sobre a privatização e ressaltam que essa venda pode influenciar não apenas os postos de trabalho, mas também a qualidade do serviço prestado.
As discussões sobre o futuro do transporte público em São Paulo e as privatizações em curso permanecem um tema relevante e sensível na agenda pública, refletindo a necessidade de equilíbrio entre a eficiência dos serviços e a proteção dos direitos dos trabalhadores.
