
JBS Se Prepara para Grande Movimento: Mudança de Listagem para NY Pode Abrir Portas para o S&P 500!
A JBS, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, divulgou recentemente que irá transferir sua listagem primária para a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Enquanto isso, os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) da empresa permanecerão disponíveis na B3, a bolsa de valores brasileira. Essa mudança ainda precisa da aprovação da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) e dos acionistas da JBS, que se reunirão em uma assembleia a ser agendada.
O BNDESPar, que é um dos maiores acionistas da JBS, com 20,8% do capital, informou que se absterá de votar na assembleia devido a um acordo com a J&F Investimentos, a holding controladora da empresa. Segundo esse acordo, o BNDESPar receberá até R$ 500 milhões caso as ações da JBS não apresentem uma valorização predeterminada após a mudança de listagem.
A transferência para a Bolsa de Nova York pode ter um impacto significativo no valor de mercado da JBS, um movimento que vem sendo planejado desde o final de 2022. A nova listagem permitirá à companhia atrair investidores globais, muitos dos quais têm restrições para adquirir ações de empresas listadas em mercados como o Brasil. Isso poderia levar a uma reprecificação das ações da JBS, principalmente porque os concorrentes norte-americanos, como Tyson Foods e Smithfield, estão sendo negociados a múltiplos bem mais altos em relação ao EBITDA.
Atualmente, a JBS obtém apenas 18% de seu EBITDA no Brasil, enquanto mais de 50% vêm dos Estados Unidos, mas suas ações estão com uma relação de 4,5 vezes o EBITDA na B3. Em comparação, a Tyson Foods negocia a 8,5 vezes, enquanto a Smithfield e a Pilgrim’s Pride Corp., controlada pela JBS, têm valores em relação ao EBITDA de 8 e 6,5 vezes, respectivamente.
Outra consequência da listagem em Nova York é a possibilidade de a JBS ser incluída no índice Russell 1000, e, após seis meses, ela pode se candidatar ao S&P 500. Para se qualificar para essa indexação, um dos requisitos é que a empresa realize mais de 50% de suas vendas nos Estados Unidos, o que é o caso da JBS.
Atualmente, cerca de 60% do investimento em ações no setor de proteína provêm de fundos passivos. No entanto, a alocação em ações da JBS tem sido baixa, com investidores como a Vanguard, por exemplo, alocando dez vezes mais na Tyson Foods em relação à JBS. A situação da Blackrock é semelhante, refletindo a oportunidade de crescimento que a JBS pode ter após se listar em Nova York.
Atualmente, a JBS é avaliada em pouco mais de R$ 72 bilhões na bolsa brasileira e teve uma valorização de 40% nos últimos doze meses, embora suas ações tenham fechado em queda de 1,4% recentemente.
A empresa está agora na fase de responder a perguntas da SEC, com a expectativa de que a nova listagem na NYSE aconteça em agosto, caso tudo ocorra conforme o previsto. Essa mudança representa um passo importante para a JBS, que busca expandir sua presença no mercado financeiro global e potencialmente aumentar seu valor de mercado.