Ouro dispara e atinge US$ 3.000 a onça-troy: A influência da geopolítica nos preços!

Na última sexta-feira, o preço do ouro atingiu um novo recorde, superando a marca de US$ 3 mil por onça-troy (equivalente a 31,1 gramas). Essa valorização representa um aumento de quase 40% em um ano e de impressionantes 80% desde o final de 2022, e muitos analistas acreditam que o metal precioso ainda não alcançou seu pico.

A recente elevação nos preços do ouro foi prevista por várias instituições financeiras, que ajustaram suas projeções para cima, refletindo o cenário atual de incertezas econômicas e geopolíticas. Um dos principais motivos para essa alta é o crescente interesse por ativos seguros, impulsionado pelo aumento de riscos relacionados a conflitos e uma preocupação crescente com a inflação.

Nos últimos 15 anos, os bancos centrais aumentaram suas reservas em ouro, mas a aceleração nesse movimento se tornou evidente após o início da guerra na Ucrânia. A decisão dos Estados Unidos e da Europa de congelar os ativos russos em títulos públicos contribuiu para essa mudança de postura. Desde então, as incertezas em relação à política global e os conflitos em curso fizeram com que mais instituições optassem pelo investimento em ouro, com as compras subindo para cerca de mil toneladas por ano, o dobro do registrado em anos anteriores.

Especialistas afirmam que estamos vivenciando um rearranjo significativo na dinâmica global, e que isso está refletindo no aumento do valor do ouro. A crescente desconfiança em relação à estabilidade das moedas, especialmente em um contexto de guerras comerciais, faz com que muitos investidores vejam o ouro como uma alternativa mais segura.

Além disso, a falta de outras moedas que se destaquem como reservas de valor tem levado o ouro a ser considerado um bom hedge contra a inflação, que pode ser exacerbada por tarifas de comércio mais altas e aumento de gastos do governo em diversas regiões, como na Europa e na China.

Embora algumas análises indiquem que o mercado apresenta uma condição de “overbought” (excesso de compras), a sensação entre os investidores parece ser de cautela em relação ao mercado de ações dos Estados Unidos, enquanto a confiança no ouro permanece elevada.

Nesse contexto, a situação do mercado de commodities e a valorização do ouro destacam-se como indicadores relevantes da confiança dos investidores em um ambiente de crescente volatilidade econômica e incertezas políticas. Essa tendência sugere que o interesse por ouro pode continuar a crescer, refletindo uma busca contínua por segurança em tempos desafiadores.

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