
Embate Judicial: Auditoria Contesta RCE, Mas Justiça Destroça Esperanças de Recurso!
O agente responsável pela representação de credores do Corinthians solicitou a suspensão de uma liminar que concedeu benefícios ao clube no âmbito do Regime de Centralização de Execuções (RCE). Esse pedido incluía a exigência de que o Corinthians apresentasse documentos que estariam faltando no processo e prestasse contas sobre a destinação do dinheiro obtido com a venda do jogador Wesley. Esse valor, que havia sido penhorado em outra ação, não apareceu nas informações fornecidas pelo clube.
O juiz Guilherme Lamêgo, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, decidiu não intimar o Corinthians para se manifestar sobre os embargos apresentados pelo agente, optando por rejeitar o recurso. Segundo o magistrado, o pedido não evidenciava omissões na decisão judicial anterior, mas sim supostas irregularidades nas documentações e no plano apresentados pelo clube.
A Justiça determinou que a documentação seja analisada no futuro, junto com um relatório de auditoria independente. Além disso, aguarda a manifestação dos demais credores do Corinthians, que foram convocados para se pronunciar sobre o plano de pagamento e os documentos apresentados.
Em fevereiro, o Corinthians apresentou à Justiça uma proposta para quitar suas dívidas, que totalizam R$ 367 milhões, relacionadas a fornecedores, agentes, jogadores e processos judiciais em andamento. O plano de pagamento foi estruturado de modo a manter a saúde financeira do clube, prevendo a quitação dessas dívidas em um período de 10 anos. O clube também pretende oferecer vantagens para “credores parceiros”, que são aqueles que continuarem a fornecer serviços ou que concordarem em desbloquear valores retidos em processos.
No relatório, o Corinthians revelou que possui R$ 926 milhões em passivos, incluindo fornecedores, agentes, jogadores e processos jurídicos, mas apenas R$ 367 milhões estão relacionados ao RCE. As dívidas tributárias somam R$ 817 milhões, enquanto as obrigações relacionadas à Arena chegam a R$ 677 milhões.
Esse cenário destaca a complexidade financeira enfrentada pelo Corinthians e a necessidade de aprovar um plano de recuperação viável que atenda aos interesses dos credores e garanta a sustentabilidade do clube a longo prazo. A espera pela análise dos documentos e a posição dos credores são etapas cruciais para a resolução dos impasses que envolvem o clube no cenário atual.